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Modo Morgana. Era o nome que Yuna tinha dado àquela transformação que a deixava com cabelos brancos. Confesso que me senti bastante aliviado ao ouvir aquilo sair da boca dela. Por um momento, enquanto nossa querida Assassina de Youkais enfrentava a mitológica criatura, Strigoi, eu podia jurar que Yuna havia se transformado em uma nova forma do Super Saiyajin. Por isso me senti aliviado.

Após a derrota da monstruosidade, Yuna conseguiu apanhar a lendária lâmina Kusanagi, ainda com um pouco de dificuldade.

Embora a katana de prata não se diferenciasse das outras comuns em matéria de tamanho e espessura, Yuna se esforçou bastante para levá-la até seu atual e verdadeiro detentor, não conseguindo nem carregá-la com apenas uma mão.

— Mas que coisa, seu pamonha. Acredite em mim, essa espada parece pesar uma tonelada e meia.

— Uma tonelada e meia, é? Por que uma medida de peso tão especifica, Yuna?

— Eu consigo carregar até quinhentos quilos em cada braço com tranquilidade. Significa que se pesasse uma tonelada só, eu estaria mais confortável nesta situação. Ei, não quer tentar carregar um pouco?

— Acho melhor não. Eu não tenho uma alma impura, sabe como é.

— Tsc... que saco.

Eu prontamente me recusei, e ela não podia fazer nada a respeito.

Foi um momento prazeroso sair por cima em alguma coisa contra Yuna Nate.

Mas por conta de todo aquele peso que ela carregava, nós demoramos bem mais para voltar do que para encontrar Kusanagi.

Quando chegamos de volta no Castelo de Bran, e adentramos o aposento de Alighieri, Yuna cravou a espada no solo com um certo esforço.

O semideus, sentado no canto do quarto, ergueu seus olhos azuis para nós. Sua expressão se manteve neutra, não parecia nenhum pouco surpreendido. Nem com a volta de sua espada lendária, e muito menos com a mudança de aparência da Assassina de Youkais.

— Vocês conseguiram, afinal. Meus parabéns.

— "Meus parabéns", seu pamonha? Você perdeu um braço contra aquele Strigoi e você diz como se não tivéssemos feito nada demais.

— Bem, nas condições que me encontro, realmente vocês realizaram um feito incrível. Mas, esta minha condição é temporária. Em meus plenos poderes, matar um Strigoi e matar uma formiga são atos gêmeos para mim. É uma pena que não posso mostrar a vocês.

— Tsc, que seja. Isso não importa.

Para Yuna, contanto que ela conseguisse o que queria, os meios que levou para o seu objetivo não a importavam. Ela só enxergava o que estava à sua frente, sem olhar para trás. Isso foi algo que não mudou muito em relação ao que ela era no passado. Eu nunca falaria isso em voz alta, mas até mesmo Maçã do Éden mantinha esse tipo de pensamento comportamental.

A shinigami número um, conhecida também como Rei dos Shinigamis, seguiu cegamente adiante em seu caminho para retomar seu coração que lhe foi arrancado por Estrela Celeste, a atual shinigami número dois.

E eu me questiono, por que sempre estou de certa forma conectado a alma dela?

Yuna e Maçã são a mesma alma de realidades diferentes, e eu estou preso a elas com a mesma linha vermelha do destino.

Maçã do Éden disse que o nome dos shinigamis são relativos com o que eles representaram em suas vidas. Talvez Coração de Escorpião, meu nome como deus da morte, tenha alguma relação com Yuna. Algo como se eu fosse uma parte muito importante para um alguém muito perigoso. Um coração para um escorpião.

Yuna Nate: Colors Pt. 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora