-Você trabalha por aqui?

-Sim trabalho naquela fabrica. – Respondeu Miguel erguendo seu braço e apontando em direção a fabrica de armas.

Com o dedo indicador ainda apontando para a fabrica Miguel conseguia ver seu relógio no pulso, agora marcando oito horas e dez minutos. Seus olhos arregalaram fazendo com que fique indelicado com a moça.

-Me desculpe tenho que ir, pois estou atrasado! –Disse Miguel acelerando seus passos deixando a mulher abandonada na esquina com um olhar vácuo.

Do outro lado da avenida com grades muito alta com arame farpado em redemoinhos na parte superior dava para ver a fabrica de armas. O prédio central na parte interna do pátio era gigante, mas em formato de casa. Os tijolos das paredes originais de quando foi construído na década de vinte, no topo do prédio havia um relógio em números romanos que media cerca de uns dois metros de altura. As janelas eram grandes de madeira cobertas de grades grossas por fora quem passava pela frente se espantava com a arquitetura antiga mantida até hoje. O segurança dentro da cabine ao lado do portão central trabalhava com o uniforme original feito na época da inauguração. Uma jaqueta azul marinho com dois bolsos na altura do peito um em cada lado, calça também azul marinho com uma listra branca ao lado das duas pernas e nos pés a botina de coturno preta, na cintura o cinto preto por cima da jaqueta com uma fivela grande dourada com o símbolo de touro, mas o que não podia faltar era a boina preta em sua cabeça. De repente o interfone em cima do balcão toca, e o segurança logo olha para o monitor pendurado na parede ao lado da janela de vidro. Ele percebe que Miguel esta na rua tentando contato.

-Pode Empurrar o portão! –Dizia a voz no interfone pendurado na parede pelo lado de fora.

Miguel olha para o interfone e o empurra o portão com força o suficiente para abri-lo, entrando em uma espécie de gaiola para identificação o segurança dentro da janela aberta sem proteção pergunta.

-Posso conferir sua bolsa?

-Claro! –Respondeu Miguel fazendo gesto descontente.

Dentro da gaiola tinha outro portão que dava acesso direto ao pátio. Nele uma placa pendurada que dizia. –É proibido entrada de objetos de metais, por favor, passe por detector de metal sempre ao entrar e sair da fabrica. Obrigado! Miguel colocou sua mão em cima da placa e impulsou o portão entrando na fabrica.

Na porta de seu laboratório, Miguel esta parado angustiado por não conseguir localizar seu crachá. Após varias tentativas frustradas de encontra-lo colocando suas mãos em todos locais possíveis de seu corpo, ele então se desespera na esperança de que esqueceu dentro do carro no estacionamento alugado do outro lado do quarteirão. A entrada do laboratório havia um leitor magnético que liberava o acesso à sala. Sua pasta estava escorada em suas pernas com algumas folhas quase caindo para fora depois de ser vasculhada pelo segurança. Aquele piso branco liso refletia todas as portas que haviam naquele corredor cumprido bem iluminado como se fosse um hospital. Focando ainda na pasta no chão percebesse que alguém se aproxima de Miguel por causa do reflexo no chão que estava tão limpo. Quem se aproximava era seu chefe tão elegante que vestia calças e camisa social azul marinho e gravata azul mais clara por dentro do blazer. Seus cabelos curtos castanhos claros estavam perfeitos e alinhados.

-Miguel isso são horas de chegar? – pergunta seu chefe enfurecido.

-Eu acabei pegando um engarrafamento.

-O que faz parado no corredor?

-Não consigo encontrar meu crachá. Respondeu Miguel procurando.

-Por acaso não é esse pendurado na bolsa? -Respondeu Fernando apontando para bolsa no chão. -Amanhã é dia de apresentar aquele projeto que estamos trabalhando a semanas. Quero um relatório dele na minha mesa o quanto antes.

Mestre das ArmasWhere stories live. Discover now