O rosa feioso.

0 0 0
                                    

Saía da casa do meu amigo, era noite de domingo. Hoje ele me acompanhava, a conversa estava boa e o clima me acalmava. Simples o caminho, andávamos pela rua que sempre conhecíamos, a estreita com árvores à direita. Oque brilhava mais naquela rua, além da lua, era o rosa berrante de um homem que passava ao nosso lado. Absortos na conversa não o vimos chegar mais uma vez, parou em nossa frente como uma velha ferida, uma memória esquecida. Tão vívida essa que pedia nossos pertences, o peito palpitava, a mente se fechava e o mundo se escurecia para aquele rosa desgastante. Após o não, meu amigo e eu fomos estranhamente liberados, chegamos no fim, surpreso pela facilidade, tontos da cena tão mundana, fútil e miserável. Algo como uma simples ameaça nós transportará para lugares horrendos. Depois que vi sua mão tremendo, os papéis se inverteram. Não iria chegar em casa até saber que ele fez o mesmo. Assim acompanhados, pegamos a rua que desconheciamos, dando a volta para sua casa, ignorando aquela rua estreita com árvores à direita.

Pequenos textosWhere stories live. Discover now