Prologue

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         O planeta Terra seria mesmo uma criação? Se fosse, a humanidade se sentiria culpada por destruir algo tão bem projetado. Se não, a humanidade estaria em grande perigo de extinção, por ter destruído o seu próprio lar. De todo jeito, os homens teriam um drástico fim, um desfecho que todos sabiam que eles mesmos mereciam.

         Era o ano 2000. Florestas em chamas, geleiras derretendo, variadas espécies em extinção, secas, enchentes, terremotos. O caos havia chegado. Tudo pela falta de responsabilidade dos humanos de cuidarem do que lhes foi concedido. Até os cientistas se renderam. Políticos nem se atreviam a discutir. Todos só queriam passar seus últimos anos com seus entes mais queridos. Até a criminalidade diminuiu. Era época de questionamento: havia ou não um grande e poderoso Ser por trás de tudo, os observando?

          A resposta é sim, mas sua identidade não podia ser revelada ainda. Ele considerava a humanidade muito preguiçosa para terem respostas das origens tão fácil. Ele, conhecido pelos seres celestiais como o Fundador, decidiu conceder a humanidade uma segunda chance. Não por piedade, pois pouco se importava com o destino dos humanos, mas por seu próprio entretenimento, que consistia em ver o homem batalhando para obter respostas sobre todo o universo que estava em sua volta. A verdade é que a Terra é só mais uma das criações do Fundador, e por incrível que pareça, a que mais avançou em diversos campos. A segunda chance lhe pareceu válida.

          A benção consistiria no seguinte: o Fundador pegaria toda energia do planeta Terra e a dividiria em quatro almas, que seriam projetadas por suas próprias mãos. Assim fez. Com seus poderes, parou a rotação da Terra e o tempo, para que os humanos não percebessem os seus planos. Em seguida, sugou toda a energia que Ele mesmo havia criado no começo dos tempos, exceto duas: o tempo e a energia interna dentro de cada humano. Essas Ele as preservou, para que não interferisse no livre arbítrio do homem. Com todo aquele poder armazenado, o Fundador criou quatro almas com características muito diferentes, mas que juntas, se completavam. Ele tirou de seu próprio corpo uma pequena parte da sua sabedoria, que mesmo sendo pequena, era extraordinariamente poderosa, e a distribuiu pelas quatro almas que criara. Cada alma tinha sua função ao acordar na Terra. A primeira traria equilíbrio aos ventos e governaria a atmosfera. A segunda conduziria os oceanos, rios e toda água que existisse na Terra. A terceira guiaria a luz e administraria todo o calor do fogo. Por último, a quarta seria a responsável por garantir a segurança de todos animais e plantas do mundo e perpetuaria o rigor do solo. As almas estavam inconscientes ainda. O Fundador, então, as espalhou pelo planeta Terra e ordenou que no próximo amanhecer em Saturno, voltaria a rotacionar normalmente como os outros planetas.

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