Cap. 1: Notando Algumas Coisas

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A forma como Marisa me encarava, como se eu tivesse alguma doença contagiosa, me irritava um pouco

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A forma como Marisa me encarava, como se eu tivesse alguma doença contagiosa, me irritava um pouco. Aquela era sua típica "expressão sermão", quando na verdade a vontade dela era de me dar um soco na boca por algo que eu havia feito.

- Lúcifer. - ela falou entre dentes, batendo o pé no chão - Eu sinceramente me recuso a acreditar que você provocou briga entre um casal. Você tem o quê? 5 anos?

- No aspecto físico ou mental? - perguntei, com um sorriso torto, apenas para deixá-la mais irritada.

Quando suas narinas se dilataram, soube que havia alcançado meu objetivo.

- Você é muito idiota, cara! O que você ganhou dizendo pra eles que já pegou os dois?! - Marisa continuou, pondo uma mão em meu peito e impedindo-me de descolar as costas da parede na qual estava escorado.

Ela tinha a mania de dar sermões em público, algo que me incomodava ligeiramente. No entanto, aproveitei a atenção alheia, piscando para uma garota bonitinha que acompanhava a discussão. Ela corou, logo antes de Mari pegar meu rosto e virá-lo para si.

- Presta atenção, Lúcifer!

- Eu tô prestando atenção! - me soltei de seu aperto, bufando e cruzando os braços - Olha, eu não tinha como saber que eles estavam perguntando sobre a sobremesa que estávamos comendo. Perguntaram-me se era mesmo uma delícia, aí eu respondi que ambos eram, mas podiam melhorar em alguns aspectos. E então quem pediu explicação foram eles!

Só faltou Marisa socar a parede atrás de mim, como um bad boy de livros adolescentes. Ainda que eu fosse vários centímetros mais alto e pudesse enxergar por sobre sua cabeça, ela sabia ser assustadora quando queria.

- A Carolina foi quem fez a sobremesa, e ela ofereceu pros amigos e pro namorado. Vai dizer que você não entendeu que ela queria uma avaliação da comida?! - Marisa continuou falando depois disso, mas eu não ouvi. Meu cérebro simplesmente parou de prestar atenção em algo desnecessário.

- Eles terminaram? Não! Então pra que tudo isso? Me deixa em paz, criatura.

- Sinceramente, às vezes tenho vontade de cavar sua passagem pro inferno mais cedo. - ela abaixou o rosto, respirando profundamente para recuperar a calma antes de me soltar - Vaza daí.

- Com prazer. - respondi, saindo de perto da parede e indo para o meio do corredor, onde já podia me mover melhor - Ei, você tem chiclete aí?

Meu pedido foi direcionado a um garoto membro de nossa "platéia portátil". Eles nada mais eram do que seguidores, ou admiradores, que tinham o desejo de adquirir popularidade andando conosco. Na maior parte do tempo, não falavam nada, apenas obedecendo a tudo o que eu e Mari pedíamos. Quer dizer, era eu quem pedia coisas na maior parte do tempo, pois ela tinha pena dos coitados.

A questão era que na faculdade havia muitas "brincadeiras" feitas por veteranos para com os calouros. Então, alguns deles fugiam para nosso grupo, fazendo com que aquilo não acontecesse mais. Em troca dos favores, eu garantia que ninguém mexesse com eles, e também que fossem convidados para todas as festas.

Singelamente Marcante [Em Pausa]Where stories live. Discover now