1. Pensa Que Sou Um Monstro?

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Dois anos depois do final da guerra bruxa...

Sou tirada dos meus sonhos por uma coruja velha que não para de piar dentro da, aberta, gaiola.

— Dá para calar o bico, Pandora? — a coruja piava a plenos pulmões, por quê? Começou a ficar velha e não consegue caçar sozinha, então devo alimentá-la. — Por Merlim, terei que comprar outra coruja para caçar por você? — olho para a coruja branca e ela me olha raivosa, digamos que a última coruja que comprei para lhe fazer companhia tive de dar ao Harry. Pandora não ficou muito feliz. — Então trate de não me acordar Pandora, ou trarei outra coruja para esta casa — ameaço e a coruja fica em total silêncio. Olho no relógio trouxa ao meu lado, marcava 05h00 da manhã, sabia que não iria conseguir dormir graças à minha amada coruja.

Levanto-me e tomo um banho, vou até a cozinha e começo a cozinhar da maneira trouxa. Não consegui me desfazer de alguns hábitos, como algumas tarefas domiciliares. Vejo uma coruja chegar com o Profeta Diário e deixar na mesa da cozinha.

— Tem cinco nuques no móvel do corredor, pode trazer para mim? — a coruja o faz e guardo na bolsa em sua perna. Volto a me concentrar no que estava fazendo, até sentir o peso de Pandora em um de meus ombros. — Tem algo para mim? — olho e vejo uma carta em seu bico, a pego e Pandora continua ali. — Sei que nem foi você quem trouxe a carta mas, mesmo assim, obrigada — ela sai alegre e desligo o fogo. Me sento a mesa e leio a carta antes de dar uma olhada no profeta.

Cara senhorita Campbell,

Sei que não está na hora de vir ao Ministério, mas poderia aparatar aqui dentro de vinte minutos? É uma urgência! 


Atenciosamente, o Ministro da magia.

Havia conseguido um emprego no Ministério, Harry me fez acreditar que era mérito próprio, mas eu sabia que não. Leio o profeta e nada demais havia acontecido, apenas o de sempre: Malfoy estampado na primeira capa. É verdade que o julgamento de Malfoy havia se estendido por minha causa, acredito nele! Subo as escadas, ainda tomando um chá, e me troco. Sei que o Ministro odeia atrasos, então escovo os meus dentes, fecho janelas e portas e aparato. 

O Ministério estava uma bagunça, pessoas correndo de um lado para o outro, espero que o Ministro não tenha abafado nada preocupante para a comunidade. Entro no elevador e Harry estava ali. 

— Bom dia, Annie — ele beija o topo da minha cabeça e abraço sua cintura. 
— Bom dia, Harry. Como está Gina? — ela está grávida do primeiro filho de Harry. 
—Está bem! Muito ansiosa, estamos na reta final da gravidez — ele sorri pra mim e retribuo. — Preciso conversar com você, mas sei que precisa falar com o Ministro, quando estiver livre, me mande uma coruja — confirmo e ele sai do elevador acenando para mim. Ainda iria subir mais alguns andares. 

Quando a porta do elevador se abre no andar que eu deveria sair, começo a andar rapidamente. Vou até o final do corredor e bato na porta, aguardo a permissão. 

— Entre — o Ministro manda e entro na mesma hora, ele sorri ao me ver. Fecho a porta atrás de mim e sento-me a sua frente. — Sempre pontual, senhorita Campbell! — elogia e sorrio. 
— Qual é a urgência, senhor? — ele desfaz o sorriso na hora, sinto minhas entranhas revirarem dentro de mim. 
— Não consegui pensar em outra pessoa além de você, Annie, — quando ele me chama pelo nome coisa boa não é. — o senhor Malfoy pediu para aguardar o julgamento em liberdade — engulo em seco, por que isso me envolve? — Não pensei em outra pessoa além de você! Preciso que o acolha em sua casa. Confio minha vida à você de olhos fechados e sei que é a melhor pessoa para ficar de olho nele — respiro fundo e desvio o olhar. 
— Ministro, — ele me olha esperançoso. — posso tentar isso pelo senhor, mas sei que o Malfoy nunca iria aceitar que uma sangue ruim fique de olho nele nem viver de baixo do teto da mesma — ele desvia o olhar por alguns segundos. 
— Sei que estou te pedindo algo difícil, mas podemos impor condições para caso ele aceite ficar em sua casa — abaixo o olhar e penso um pouco. 
— Ele iria poder usar a varinha dele? — pergunto e ele suspira. 
— Não de forma livre, teríamos limites impostos — aperto minhas mãos. 
— Na primeira vez que ele me chamasse de sangue ruim ou tentasse me colocar como inferior, poderia acioná-lo e ele voltaria para Azkaban? — ele confirma. — Quando sairá o julgamento? — ele desvia o seu olhar do meu. 
— Não temos previsão, Annie, por favor — ele suplica. 
— Tudo bem, tudo bem... — ele sorri para mim. 
— Obrigado, sabia que iria me ajudar — eu era assistente pessoal do Ministro, ele confiava em mim e eu nele. 
— Pode confiar em mim, Ministro! — conversamos mais um pouco e vou para a minha sala. As coisas do Malfoy seriam entregues hoje a noite e amanhã de manhã ele irá para lá. O objetivo é fazer o Malfoy viver como um trouxa, e ninguém melhor que eu, que vive como tal! 

A Leoa e a Doninha Onde histórias criam vida. Descubra agora