Capítulo 1

4 1 0
                                    

Kaique: "Aquele que desliza sobre as águas" ...só se forem as águas do meu coração.

Abro meus olhos com o som do despertador e me recordo apenas do fim de um sonho humilhante que estava tendo. Como é possível sentir tanta saudade dessa praga, que só de saber que estaria na cidade hoje, já voltei a sonhar com ele. Não que a gente fosse ao menos se encontrar, se bem que ele está vindo ver a família e eu sou parte dela já que a mãe de Kaique foi adotada pela minha avó o que nos torna legalmente primos. Me surpreendi ao perceber o tempo que gastei na cama imaginando se o veria desta vez ou não. Optei por finalmente levantar, me arrumar para o trabalho e aproveitar para ler algumas mensagens. Como sempre meu noivo Augusto, já havia me mandando um beijo de bom dia minha mãe havia mandado uma figurinha de tenha um dia abençoado e meu chefe havia me mandado 5 áudios de quase 3 minutos cada um, a cada meia hora ele perdia um papel diferente, uma ótima pessoa, mas muito desorganizado. No grupo da família minhas primas mais velhas iam à loucura com a chegada de Kaique na cidade e claro que minha prima Beatriz não perdeu a oportunidade de tirar uma onda comigo.

Grupo Família Mendes Abençoada

Beatriz Prima: Haha certeza que a @giovanna nem dormiu essa noite

Prima Jú: Ah mas nem eu, o Kaique dorme e acorda mais lindo a cada dia

Tia Sara: Ele é primo de vocês parem com isso com as duas

Beatriz Prima: Não fiz nada mãe, só disse que a Gi é louca por ele, não é mentira e todo mundo sabe

Mãe: Beatriz e Juliana parem de passar raiva na Giovanna

Prima Jú: Mas tia Helô eu não falei nada, foi a Bia. Minha irmã fala demais e eu levo bronca?

Eu: Odeio quando o Kaique vem pra cá é sempre o mesmo assunto bobo.

Eu: Eu tinha 15 anos ok? Tem 10 anos já, vamos superar até pq eu tô muito bem com o meu NOIVO

Joguei o celular na bolsa e fui rumo ao trabalho, mas não conseguia parar de pensar em todo o drama familiar desnecessário. Mesmo depois de ter chego ao trabalho, minha mente só pensava em como depois de dez anos eu ainda sonhava com ele.

Me apaixonei pelo Kaique aos 14 anos, foi o meu primeiro amor, ele na época já tinha 18 e me achava uma criança. Eu nunca abri meu coração para ele, mas ficava tão abalada em vê-lo que era óbvio que eu gostava dele. Minha mãe de alguma forma conseguiu que ele fosse meu príncipe na festa de 15 anos. Ele realmente se parecia um príncipe, com seus olhos claros e cabelos loiros, sua tatuagem discreta nas costas de um símbolo nórdico, corpo falso magro de abdomen definido, para uma adolescente ele era o sonho do príncipe encantando com aquele ar de homem perigoso, nada me atraia mais do que ele. Seu presente para mim aquele dia, foi um beijo. Meu primeiro beijo, que não foi muito além de um selinho um pouco mais longo, porém bem casto. Demorei mais de um ano até cair a ficha que ele só queria ver se eu perdia o encanto que tinha por ele, quando o que conseguiu foi fazer com que eu me apaixonasse ainda mais. Ele sempre achou fofo o fato de eu gostar dele, mas nunca de fato, teve interesse por mim ou me deu esperança além desse dia.

Eu cresci. Meu corpo mudou, meu cabelo castanho com uma leve ondulação nas pontas hoje vivia de chapinha e fazia contraste com a minha pele bronzeada. Nesse meio tempo, o pai de Kaique ficou doente e se mudou com o filho para a capital, buscando ficar perto de seu irmão, já que a minha tia havia morrido quando o Kaique tinha apenas 12 anos e o pai dele tinha apenas um irmão mais velho que gerenciava a empresa da família ao seu lado. Era até estranho pois numa família classe média baixa, como a nossa, minha tia se casou com o pai de Kaique, que já nasceu milionário. Quando o meu tio também se foi, Kaique ficou morando por lá, tocando os negócios da família ao lado do tio e vinha de vez em quando visitar as tias por parte de mãe.

Meu Último Mês [Em Andamento]Where stories live. Discover now