Capítulo 4

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Na manhã seguinte eu desci apressada para o trabalho e tomei um baita susto quando vi o carro de Kaique parado na porta do meu prédio.

- Oi

- Oi Gi

- O que está fazendo aqui?

- Imaginei que ia precisar de uma carona

- Eu ia pedir um Uber

- Não precisa. Eu te levo, depois pego sua moto e levo no mecânico. Não tenho nada para fazer mesmo

- Porquê está tão prestativo?

- Não te vejo a muitos anos, não quero ficar brigado. Principalmente agora.

Seu olhar era triste e por mais que eu quisesse agarrá-lo e ir com ele ao médico a força eu não podia fazer isso e também não queria ficar brigada com ele, principalmente agora.

- Está bem. Mas não vou fingir que concordo com a sua decisão.

- Podemos apenas não falar sobre esse assunto?

- Por enquanto podemos. Vem, vou te dar o endereço do meu trabalho.

- Pouco antes de chegarmos meu telefone tocou era o Augusto. Me surpreendi já que ele raramente me ligava.

"Oi bom dia"

"Oi, já chegou ao trabalho?"

"Ainda não porquê? Precisa de algo?"

"Não, nada. Temos um evento neste domingo e preciso que vá. Tente colocar um vestido escuro, não precisa ser longo, mas algo que tenha classe, se não tiver, pode comprar algo, lhe reembolso depois."

"Eu preciso ver se vai dar tempo, tenho coisas do trabalho pra adiantar"

"Minha carreira é tão importante quanto a sua é, preciso que vá"

"Não acho que um evento desse tipo seja um bom local para conversar Augusto"

"Não é. Não iremos conversar. Até porque já conversamos é tudo uma questão de voltar a rotina agora"

"Me passa os detalhes hoje a noite pode ser?"

"Claro. Um beijo então"

"Outro"

Augusto sempre se preocupou com o quê as pessoas de seu trabalho pensam sobre o seu comportamento. Ele era ambicioso e prático, mas ultimamente estava ficando cada dia mais frio, tudo para ele era racional, e por mais que eu quisesse não conseguia me comportar como se meus sentimentos não existissem. Kaique me olhou atento, achei que faria alguma pergunta ou piada mas apenas ignorou a ligação que eu recebi e estacionou na porta do escritório.

- Eu te busco no fim do dia, para dar informações da sua moto

- Não precisa de verdade

- Qual a parte do eu não tenho nada para fazer você não entendeu?

- Eu costumo sair bem tarde, por volta das 9 ou dez da noite

- Ok, eu estarei aqui

O dia no escritório passou lentamente e quando o relógio marcava sete da noite eu queria ir para casa. Pensei que se eu saísse um pouco mais cedo livraria o Kaique do compromisso de ir me buscar, engano meu já que quando eu saí ele já estava com o carro estacionado na porta do escritório.

- Saiu mais cedo?

- E você chegou cedo?

- Acabei de chegar na verdade entra aí vou te contar as notícias sobre a sua moto centenária

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⏰ Last updated: Apr 15, 2021 ⏰

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Meu Último Mês [Em Andamento]Where stories live. Discover now