- Não sei
Ele abaixa a cabeça e começa a balançar negando.
- Eu pedi com educação pra você cooperar, mas você prefere violência. Ok
Ele se levanta e pega a madeira. Fecho meus olhos e sinto ele bater em meu rosto. Sinto muita dor.
- Agora me diga. Onde está o portal?
- Eu não sei
Ele olha pra fora. Naldo e Betinho observam e dão risada. Vejo Robert quebrar a madeira ao meio no joelho e com a boca começa a morder a madeira. Ele vira. A madeira agora está parendo uma lança. Ele aponta ela pra mim. Segura ela com as duas mãos e enfia em minha perna.
Ela fica atravessada em minha coxa direita. Grito de dor. E agora começo a chorar
- Por favor pare! - imploro.
- Diga onde está e eu pego leve com você.
- Por favor eu não sei
Ele pega outra madeira e começa a morder. Criando outra lança.
- Por favor! Começo a chorar de dor.
Minhas mãos estão amarradas. A lança na minha cox, queima.
- Eu só vou parar quando souber do.portal.
- Eu não sei...
- Resposta errada. - Ele me bate com a madeira. E sinto o sangue escorrer em minha boca.
Abaixo a cabeça.
- Cansou de apanhar? - ele segura a lança - Só essa, se você não gritar eu paro. Mas se gritar eu parto pro nível 2
Ele posiciona a ponta da lança na minha coxa esquerda.
- Lá vai... 1... 2...3...
A lança atravessa lentamente. Me causando dores por todo o corpo. Não consigo segurar. E grito.
- Ah não você perdeu! - ele ri - e adoro quando perdem.
Não consigo mais falar. Somente chorar. E pedir pra Deus me ajudar.
- NALDO! - ele grita.
- Senhor?
- Rasgue toda a roupa dele. E traga o gelo.
Estou nú. Naldo e Betinho riem sem parar junto com Robert. Eles pegam gelo e brincam de quem acerta o alvo. Eu sou o alvo.
Gelo em meu rosto. Bate em meu olho. Boca. Testa. Era motivo de piada.
- Onde é que está o portal?
Balanço a cabeça.
Ele fica em silêncio. E de repente ele grita.
Meu ouvido doe. Os vidros do bar se quebram e muitos me acertam. Em seguida o vento da madrugada invade o lugar. Me arrepio. Sinto tremedeiras. Sinto frio.
- Acho que ele está com frio! - diz Betinho.
- Posso esquentar ele Robert? - pergunta Naldo.
- Vai lá... me surpreendam.
Betinho se aproxima de mim. Ele apoia nas madeiras na minha perna. Sinto dor e grito.
- Me diga onde está o portal! - ele diz - se você me contar eu mesmo te liberto.
Chorando eu balanço a cabeça.
- Ok. Você quer sentir mais dor!
Betinho se abaixa e pega um pedaço de vidro. E corta meu peito.
A dor já não aparece.
- Fala droga! - ele grita e me bate com um pedaço de madeira que pegou do chão.
- Sai dai. Deixa comigo. - Diz Naldo vindo com dois baldes - agora vai ficar frio - ele mira em mim e joga a água gelada em mim.
Sinto um choque. E me desperta todas as dores.
- Mais isso é ótimo - vibra Robert - Jogue o outro - ainda não - ele olha nos meus olhos - esse vem depois do fogo. Quero causar um choque termico
- Tá aqui Naldo. - Betinho entrega papeis e uma caixa de fósforos pra ele
Naldo se abaixa e coloca os papéis debaixo da cadeira. Betinho fica me furando com a faca que encontrou na cozinha. Robert fica rindo. Tudo fica mudo. As risadas de Robert. A voz baixa de Naldo. Os gritos de felicidade de Betinho.
O cheiro de queimado sobe até meu nariz. O calor na perna começa. Robert se aproxima com duas garrafas. Leio no rótulo GASOLINA.
- Por favor! - peço pela ultima vez.
O líquido desce pela minha cabeça e espalha pelo meu corpo. O fogo sobe.
Capítulo 7 ** TORTURA
Começar do início