Reddy

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Entãooo, bora pra mais um?? Não esqueçam de comentar e dar aquela estrelinha que a tia aqui gosta!

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— Ashley, você vai ficar por aqui mesmo? – Meu velho amigo perguntou enquanto dava uma tragada no cigarro de marijuana prescrito pelo médico. Lógico que a receita era para o óleo de cannabidiol, mas Mark era old school e gostava de fazer as coisas à sua maneira. O mais impressionante era que com o uso do CDB alguns sintomas do Mal de Parkinson que o acometia estavam mais atenuados.

— Sim, Mark, pedi transferência pra cidade. Queria ficar perto das coisas dela... pelo menos. – Quando decidi voltar ao trabalho, depois do desaparecimento da minha melhor amiga, o único lugar que pensei em ficar fora onde eu mais a lembrava.

— Você viu que eu deixei a geladeira cheia e o apartamento limpo? Tenho cuidado de tudo, do jeito que ela gostava. – Comentou tristonho

— Eu vi... obrigado. – Segurei o cigarro e traguei passando para o velho senhor à minha frente. – Sabe o que mais me machuca? – Falei como se fosse para mim mesma. - O que mais me machuca... é saber que ela pode estar morta e eu nunca.... nunca ter tido a coragem de ter dito meus verdadeiros sentimentos por ela. – A minha voz embargada e algumas lágrimas fujonas, demonstravam toda a emoção que eu sentia naquele momento.

— Ash, de alguma maneira ela sabia... – Ele me abraçou mesmo trêmulo e me apoiei no seu corpo frágil. – O jeito que você cuidava dela. Todos viam que você sempre foi mais do que uma amiga. Todos viam o que você sentia.

— Eu nunca tive coragem de dar nenhum passo porque ela sempre foi retraída a qualquer toque, abraço, beijo... você sabe muito bem disso, Mark.

— Sim, é muito comum pessoas que sofreram aqueles tipos de abusos terem aversão ao sexo e por vezes se sentirem assexuais. Kate foi muito machucada tanto física quanto emocionalmente. Ela não suportava o toque, ou qualquer forma de carinho. Em todos esses anos apenas nós dois conseguimos transpor essa barreira emocional. Bom, até a chegada da Jennifer.

Hum... – Lembrei da residente loira que conseguira uma reação da minha amiga. Em poucos meses, Jen fez o amor da minha vida sentir desejo sexual novamente. Ao mesmo tempo que estava extremamente feliz por aquilo o ciúme me corroía de uma maneira vil que, para que não fizesse nenhuma besteira, eu não passava nenhuma noite sozinha. Mesmo sentindo uma facada no meu peito cada vez que Kate falava da loira, eu a incentivava a se jogar nesse sentimento e ser feliz.

Voltei para o apartamento e não entrei no quarto de hóspedes indo direto para a cama espaçosa da minha amiga. Ainda tinha o seu cheiro nos lençóis. Me despi, ficando apenas de calcinha, entrei embaixo dos cobertores e abracei seu travesseiro olhando a foto de cabeceira. Estava no Central Park, sorria para a lente abraçada em uma Kate de braços abaixados e tentando se desvencilhar, ao lado de Mark. Lembro muito bem daquele dia... foi quando percebi que havia me apaixonado perdidamente por aquela mulher.

12 anos atrás

— Ash, você deixou novamente seus tênis de corrida, cheios de barro, atirado dentro do banheiro... Poxa! A gente tem que estar pronta para levar o Mark no Central Park em uma hora! – Kate apareceu na porta do quarto que dividíamos com cara fechada. Olhei para ela, por cima do ombro, eu vestia calcinha e uma camiseta do time de baseball da faculdade e estava deitada na minha cama, no meu canto do quarto. Era o canto "buraco negro" como ela falava porque sempre estava uma bagunça contrastando com a limpeza e a organização do seu lado.

— Eu esqueci Kate, desculpa! – Ela me olhou fria e largou o tênis aos pés da minha cama. Sabia que ela ficaria o dia inteiro emburrada.

Já fazia um mês que estávamos compartilhando o quarto. Naquele primeiro dia ela me levou a sua casa e me apresentou Mark, um velho senhor, ex legista do Instituto Médico Legal da cidade de New York, que tinha Mal de Parkinson. Depois dela me emprestar uma muda de roupa e eu me banhar, conversei bastante com ele, contando sobre a minha origem humilde e a minha ambição de entrar para o FBI depois de formada.

RED (em hiato)Where stories live. Discover now