35. Who are you?

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— Algum problema? — minha atenção foi transmitida parcialmente ao retorno de Kun enquanto eu ainda tentava evitar qualquer confusão em sua loja.

— Não, estamos de saída. — o maior da dupla murmurou encarando meu superior atrás de mim, saindo rapidamente em seguida.

— Desculpe a demora, tinha mais caixas do que eu esperava para desempacotar. — comentou largando uma pequena pilha de caixotes ao meu lado, passando sua palma pela testa afastando seus fios castanhos.

— Tudo bem, estava tudo em perfeita ordem. — sorri, escondendo o nervosismo que eu guardava dentro de mim pronto para sair em qualquer oportunidade.

— Conhece eles? — Kun questionou enquanto encaixava as caixas de medicamentos nas prateleiras.

— Não exatamente. — desviei o olhar de suas ações para encarar a rua movimentada através da vitrine, esperando poder encontrar qualquer sinal daqueles dois.

— Não parecia ser o caso. — conclui por ele mesmo, voltando ao meu lado encarando-me brevemente antes de se abaixar para pegar mais pacotes.

— Talvez já tenha visto eles, mas nunca nos falamos.

— Sempre que eles entrarem aqui pode me chamar, ok? — Kun lançou um olhar gentil em minha direção, esperando que eu concordasse com sua proposta.

— Kun, por que veio para a Coreia? — intervi em sua vida pessoal antes que eu pudesse desistir da ideia de me intrometer em assuntos que não me dizem respeito.

— Como?

— Sua língua nativa é chinês, não é? — Kun riu abafado se levantando ao acabar de organizar as prateleiras.

— Meu coreano é tão ruim assim?

— Ah, não. Eu só aprendi a reconhecer alguns estrangeiros. — sorri envergonhada, esperando que ele não se ofendesse com minhas perguntas, que por mais inocentes que fossem poderiam ser invasivas.

— Vejo bem. É, eu sai de meu país a um tempo.

— Por quê?

— Os negócios não iam bem lá, então eu e meu pai decidimos recomeçar por aqui. — murmurou passando distraidamente os dedos por seus fios escuros, jogando-os para trás enquanto encarava paralelamente o movimento da rua.

— E por acaso aqueles garotos tem algo a ver com sua mudança?

— Digamos que sim, mas não queira saber muito, não vale à pena. — não tirei meus olhos de suas ações por um segundo, tentando absorver sua história. Como eu suspeitava, o Império chinês se estendia muito mais do que eu pensava, carregando com si problemas além da conta.

— Kun, quem é você?

— O que?

— Por que estava envolvido com os herdeiros do conglomerado chinês? — questionei com a intenção de saber como sua vida havia sido afetada pelo poder e ganância daqueles que fazem questão de passarem por cima de todos para conseguirem o que quiserem, não se importando com quantas vidas seriam destruídas nesse processo.

— Porque eles controlam as pessoas e o mundo ao redor delas. E nós somos apenas peças em seus tabuleiros.

SHE KNOWS ↠ XiaojunWhere stories live. Discover now