Capítulo 4

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Pitter

- Deixa a garota em paz, Kimberly.

Kim se vira para trás, e eu puxo Samantha para perto de mim e a loira respira fundo.

-Que fofo, vai virar o super-herói agora?.

Eu apenas estava passando pelo corredor, foi inevitável não escutar a Kimberly tratando mal a Samantha e certamente eu tinha que fazer alguma coisa.

- Quando vai parar de fazer isso com as pessoas Kimberly? Olha para você, se continuar assim vai acabar sozinha.

- E quando que vai entrar na sua cabeça que eu posso ter quem eu quiser nos meus pés? - Ela se aproximou demais - Eu quem sou a rainha de tudo aqui, Pitter... - O meu nome sai com um cochicho. Um cochicho agradável. Engulo a seco.

Ela abre um sorriso falso e desaparece da nossa frente. Olhei para Samantha, ela estava corada.

-Está tudo bem? - Perguntei.

- Sim.

- Ela é sempre assim com você?Você não pode deixá-la te tratar assim.

Samantha abaixa o olhar. E eu me aproximo mais dela.

-Por que tem tanto medo?.

-Você não entenderia. Eu e ela já fomos amigas de infância.

Já? Nem sei como ela consegue ter "amigas".

- Ela sempre foi assim, sabe? Quer dizer, parece que ela piorou. - Disse a garota.

-Piorou? - Fiquei curioso agora.

Samantha se manteve quieta por um tempo. Mas logo quebrou o silêncio:

-Sim, depois que a mãe dela...

O sinal bate. O que tem a mãe da Kimberly? Fala! Estou curioso. Af, maldito sinal.

A Samantha diz alguma coisa mas eu não presto muito atenção, o que será que a Sam quis dizer com a mãe da Kim?.

Balanço os cabelos. Não quero saber nada que envolva aquela patricinha mimada.

Vou para o intervalo.

Me sento na mesa, logo chega Yan, Tyler e algumas pessoas do time de futebol americano, eu nem se quer sabia o nome deles. E pra falar a verdade eu nem queria me envolver com nenhum deles. Menos o Yan, ele me parecia o cara menos babaca dali.

Vejo duas meninas sentarem ao lado de Tyler, ele beija as duas de cada vez. Reviro os olhos, ignoro esse ato e continuo a comer ainda não esqueci de que ele queria forçar Kimberly a tranzar com ele. Eu ficaria preocupado com qualquer garota que fosse obrigada a isso.

-Ei, quase esqueci de avisar. A diretora está te chamando, querendo falar com você.

-Estranho, o que eu fiz será?.

-Só indo lá pra saber, brother. -Diz Tyler já parando de beijar as garotas.

Tomo mais um gole de suco. Vejo as amigas de Kimberly já entrando no refeitório, eu mesmo faço o favor de se levantar e sair dali o mais rápido possível. Estou tentando evitar uma dor de cabeça.

...

Estava prestes a abrir a porta da sala da diretora, quando escuto uma conversa.

-Mas pai... Ele não!

-Se o garoto concordar como a diretora falou! Ele vai sim te ajudar com as matérias, aliás você está de castigo! Sem líderes de torcidas ou bagunça.

-O quê? - O mundo dela parecia ter acabado.

Eu bato na porta para intervir a conversa.

-Entre. - Obedeci a ordem, avistei a diretora sentada em sua grande mesa. Kimberly me olhou e o choque se torna gradativamente menos visível em sua expressão.

-Mil desculpas por te tirar do seu intervalo, senhor Pitter Kroyer, mas eu queria ter uma conversa séria com você, eu e o pai da Kimberly. Na verdade, uma proposta.

-O que eu fiz agora? - Perguntei duvidoso.

-Ah não, não, nada - Ela diz rindo baixo - Como eu já falei, apenas uma proposta que o senhor Smith quer com você.

Eu olho para o pai de Kimberly e agora para a sua filha. Seus olhos poderiam passar de apenas uma raiva. Eu confesso, até assustava.

-Então Pitter Kroyer...

- Apenas Pitter. - Interrompo.

-Pitter. Então, minha filha está a beira de repetir de ano, as notas dela estão horríveis! E eu estou procurando alguém que possa ajudá-la, eu sei que você é novo na escola, e nem nos conhecemos, mas a diretora disse que as suas notas foram transferidas da outra escola para cá, e elas são impecáveis, as melhores do colégio eu diria. Nada abaixo de 10? Correto? E desde que chegou aqui também, suas notas continuam equilibradas eu queria perguntar, se você poderia ajudar a minha filha... Vejo que é um rapaz intelectual e ganhou até uma bolsa de estudos nesse colégio.

-Mas pai...

-Cale-se Kimberly. - Fala o pai dela sendo rígido - O que eu quero dizer, é que eu quero pagar você para fazer isso. 2 mil dólares seria o suficiente? Se você quiser mais, podemos entrar em um acordo.

2 mil dólares? Apenas para ensinar essa loira aguada?

-Por que o senhor quer justo eu? - Pergunto.

-Eu quero alguém que seja da escola. Não quero pagar ninguém de fora. Pelo menos na escola tem convivência e mais atenção e isso gera resultados... Então, o que me diz Pitter? Se o preço não for o suficiente, não tem problema, eu pago mais.

-O problema não é o preço senhor.

-Então qual é?

Eu queria dizer " O problema é a sua filha".

- Eu preciso saber aonde vou fazer isso e quando, porque ás vezes eu tenho os meus compromissos. - mentira.

-Ótimo. Os locais pode ser em nossa casa e também na escola, ou na sua casa também, se você quiser. Seria todos os dias, mas você teria folga de 2 dias na semana.

-Okay senhor.

Lá vamos nós.


GAROTA  MALVADA 💋Where stories live. Discover now