Camus e o seu amendoim

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Eu não fiz nada de errado, lutei pelo o que eu queria, como eu ficaria sem o meu amendoim?, como eles puderam fazer tal barbaridade?!!, ficar sem amendoim, eu? não permitirei isso, não posso deixar que isso aconteça.
Aquele doce, ahh aquele aroma, um gosto similar ao pudim de minha vó, doce como uma raspadinha, quando a come, já sabe que ira ganhar um prêmio, o maravilhoso gosto do amendoim, fresco e suave.
Todos aqueles dias tristes, eram preenchidos pelo seu gosto inigualável, a energia para continuar o trabalho, estava dentro daquele pote.
Mas eu jamais pensei que gostava tanto disto, jamais percebi isso, a pasta é maravilhosa, mas ela não ficava em minha mente, eu lembrava dela apenas ao pisar no mercado, então por que? Será que eu agi corretamente? é claro que agi, o amendoim é um direito meu.... Será mesmo?, será que estou me preocupando demais com algo baixo?.
Ai de mim, estou sendo igual aquele Plim, estou me apegando a pouca coisa, mas como é fácil ver os erros dos outros, como eu não percebi isto antes. O quão tolo eu sou?
Uma luz expandiu-se em meio a escuridão, os olhos de Camus ferveram, mas com o tempo se acostumou, e conseguiu observar ao redor.
Uma janela com cerca de 1 metro, perfeitamente limpa como um cristal, estava no seu lado direito, com uma cortina branca, e duas cadeiras, junto com um humilde armário. Tudo isso em um pequeno quarto de 4 metros quadrado, e com paredes desagradáveis.
Ele estava deitado em uma cama de madeira, tampado por uma coberta cinza.
-Onde eu fui me meter-murmurou.
Após cerca de 5 minutos, um homem vestido de branco, loiro, acompanhado de um baixo careca, entraram no quarto.
-Aqui neste quarto está o senhor Camus - falou o alto, ora mais parece que ele já acordou, que boa noticia não?- abrindo um enorme sorriso, Olá Camus, deixe eu me apresentar, eu sou o Doutor Amado Amoroso, muito prazer. E este aqui do meu lado é o dono do mercadinho BomDeCompra, Merto, onde o senhor foi encontrado.
O Merto com cara estranha, me encarou, e então apertou minha mão.
-Muito prazer, Camus, eu vim lhe cobrar pelo alvoroço que causou no meu mercado.
-Aaa, senhor eu acho que é melhor você esperar ele se recuperar- disse o Amado, meio desajeitado.
-Não tenho tempo para esperar esta carcaça se recuperar, aqui esta o papel comprovando que você deve me pagar.. Colocou sobre meu peito, eu segurei o papel e procurei de primeira o valor que devo pagar.
-Ora, foi apenas um balcão- pensei, não pode ser tão caro.
!!!!!
-Pe, pe, pera ai!!, como assim?- gritei pasmo, 100 mil reais?, por um balcão? isto é feito de ouro?
-Você não destruiu apenas o balcão, acabou chutando o vidro da porta, e roubou alguns produtos, como também derrubou tudo das pratilheiras.
-Eu?, eu não roubei nada!!- Tremendo e com o suor descendo pelo o pulso gritei, isto aqui é um absurdo!!
O médico o puxou em direção a porta, enquanto falava, tremulo e com evidências de suor pelo rosto:
-Vocês resolvem isso após a recuperação do senhor.
Merto com um sorriso no canto da boca, grita:
-Eu tenho cúmplices!!, você pode me provar o contrário?
E a porta fecha com um estrondo. Eu não esquecerei da cara daquele infeliz, enquanto saia pela porta, aquele não era um ser decente. E de pensar que eu estava comprando mercadoria de um ser podre como aquele..

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⏰ Last updated: Dec 31, 2019 ⏰

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O CamusWhere stories live. Discover now