_ Ninguém é tão bom assim.

_ Você é. 

_ E se eu não conseguir?

_ A Hana tá apostando em você e eu também, você não?

Ponderei um instante. Era tudo o que eu queria, ser um mestre. Não um tão especial, mas se a Hana via todo esse potencial em mim, não custava nada tentar.

_ Sim _ voltei a olhar para o moreno.

_ Excelente _ sorriu.

_ O poder lhe cai bem _ ressaltei seu sorriso, nunca o tinha visto antes.

Assentiu parecendo tímido. Me levou até um quarto novo, onde havia um playground particular. 

_ É todo seu. Algumas vezes, haverão mais de uma. Alguns casos pede um estímulo mais visual. Mulheres que se excitam mais vendo do que fazendo. Uma delas pode ser uma profissional, às vezes.

_ Como eu vou saber qual o problema delas?

_ Porque elas vão escrever à moda antiga. Já tem uma fila de espera para você. A Hana montou o perfil de cada uma. 

Pegou uma prancheta que estava numa longa mesa multiuso e me entregou. Li rapidamente.

_ Ela sente dor na penetração e é psicologico. Este é o caso mais fácil??

_ Na verdade, é um desafio. Você ficou um ano fora. Queremos ver se continua bom. Tem restrições no perfil dela, siga todas.

Olhei as últimas páginas com as restrições. Nada de penetração de tipo algum hoje, claro.

_ Você não me ligou _ comentei.

_ Você também não me ligou _ me entregou uma máscara prateada _ Vai usar isso.

_ Pensei que só os clientes usassem máscara.

_ Aqui dentro é diferente, você é quem realiza os sonhos, elas nem sabem quais são. Você as vê, elas não. Boa sorte.

Me deixou sozinho em seguida. Fui explorar o lugar e encontrei um quarto com sala escondido por um biombo. O meu quarto. Tinha roupas acessórios, preservativos, muito material de apoio, inclusive som ambiente. Liguei e gemidos ecoaram por todo o lugar.

Comecei a estudar as anotações e traçar os planos de ação. 

Tinha a garota amarrada com cordas. Pernas abertas, pulsos juntos acima da cabeça, mordaça. Insegurança pura no seu olhar. Estava disposta na cama móvel acolchoada, impermeável. Passei a mão pela sua pele, estremeceu ao sentir o meu toque. Segui lentamente pela lateral dos seios ao vale lateral do sexo. Se remexeu e soltou um grito, ficou nervosa. 

Claro que ela não sabia das restrições. O medo tem um papel muito importante nos atos sexuais. É o gatilho do prazer, torna tudo mais interessante. A fragilidade a que nos expomos por um pouco de prazer. O coração exposto no jogo do amor, deve vir desta fragilidade. As partes mais sensíveis dos nossos corpos, postos na mesa, a se servir. Compartilhados em sensações que talvez nunca mais se repitam, que geram saudade.

É minha função é ignorar gritos e testar os limites. Continuei acariciando o vale da virilha e ousando sem pressa pelos grandes lábios. O toque lento dos meus dedos na parte externa do seu sexo. Sua respiração ofegante parecendo pânico se amenizava. Ficou compassada até eu chegar a parte interna dos lábios. Estava molhada. Apesar do medo, isso a excitava.

Entre suas pernas, mesma posição convencional. O seu olhar estava em suspense, esperou pela penetração, mas apenas encaixei o pênis entre os grandes lábios e o movia, masturbando-a. Subi as mãos pela sua barriga e apertei os seios. Girei o polegar nas auréolas, em ambas. Gemeu longamente entrando em um orgasmo.

Joice se entregou ao prazer fácilmente, depois disso. 

Tirei a mordaça e ela buscou os meus lábios. Beijei-a. Os orgasmos cessaram. Seu corpo pedia novos estímulos. Desci beijos pelo seu pescoço, seios, barriga, ventre. Cheguei ao sexo. Brinquei com a língua para perceber qual o melhor modo de acariciar o seu clitóris. Achei-o no gemido certo. Nem alto, nem baixo. 

Minha língua vinha dos pequenos lábios para o interno do clitóris, rápido no início e depois suave, quando o seu corpo tremia de prazer. Um longo tremor. 

Tentei a penetração de um dedo, durante o seu longo orgasmo. O orgasmo continuou, com a diferença de uma nota mais alta nos gemidos. Desenhava círculos em um ponto interno da sua vagina que apertou o meu dedo. Não era dor. Parei de chupa-la para ver o seu orgasmo evoluir na penetração do meu dedo.

_ Oh, Joice! Você é tão linda _sorri.

Fiquei tão feliz com aquele progresso. Quando achei que ela estava no limite, parei. Soltei os pulsos e as pernas das cordas. Massageava as marcas sobre sua pele, quando ela buscou os meus lábios e me envolveu com suas pernas.

 Em meio ao beijo, posicionei meu sexo para o seu, bem disposto e fácil. O que aconteceu depois foi sexo puro e simples. Cheguei ao ápice, eu sou humano e fui pego de surpresa.

_ O que foi aquilo no final?

JP entrou no meu quarto sem bater e foi disparando. Eu havia acabado de sair do banho e está nu, ia me vestir. Não me cobri, foi ele quem entrou sem bater. Seu olhar conferiu o meu corpo antes de disfarçar. 

_ Ela me queria. Olha na gravação, se tem dúvidas.

_ Eu percebi, mas você... Sabe do que eu estou falando.

_ Eu gozei. Estava de camisinha. Tá tudo bem.

 Fui me vestindo durante a conversa.

_ Karl!

_ João Paulo _ encarei ele usando uns jeans, ainda sem camisa _ Sei que essas coisas acontecem o tempo todo. Por que você insiste em pegar no meu pé? Foi mal. Eu tinha uma mulher inteira, muito bem disposta a tirar tudo o que queria de mim. Sou humano, sabia?

_ Você pode tentar?

_ Posso, eu tento. Tentei hoje, acredite.

_ Droga, Karl.

_ Em vez de pegar no meu pé, porque você não fica comigo? 

_ Você é meu empregado.

_ Nem sempre foi assim. Você não sente? Diz que não acorda a noite desejando que eu estivesse lá, na sua cama.

Gargalhou _ Você é bom! Como você é bom! Queria ter esse dom com as palavras, a expressão facial certa... Você parece mesmo gostar de mim. Como parece gostar de todos que interagem com você. Suas filmagens são únicas. 

_ Está me chamando de dissimulado?

_ Não. É só o seu dom de se fazer ser amado por todos.

_ Não estou falando de amor. Droga, JP! Não podemos só transar? Você gostou.

Em vez de me dar uma chance, ele simplesmente saiu, me ignorando. Peguei o cartão de visita da Joice. Ela me deu no corredor, logo depois de tirar minha máscara.

Era comum ganhar cartões de visita, o que não era comum era fazer sexo de verdade com o cliente. Pelo menos, não para mim. Guardei na carteira como recordação.

Sádica 2Où les histoires vivent. Découvrez maintenant