Prelúdio

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Era quinta-feira, dia 13 de dezembro de 2018, o dia mais marcante da história da A.S.I.A.; uma sucessão de eventos catastróficos que nos levaram até a nossa eventual queda.

Bem, deixe-me que eu me apresente: meu nome é Gustavo Tadim e estou na causa central de todos esses fatos que culminaram até o momento em que tudo deu errado nos nossos planos de ajudar o mundo. Quem somos nós? Estou aqui para contar-lhes um pouco dessa história à medida que darei-lhes o espaço necessário para nos conhecer.

Tudo começou há milhares de anos, quando a convivência entre os indivíduos existentes no cosmos já não era mais pacífica como costumava ser, o mundo estava envolto em ódio e ganância, e o maior problema que essas questões poderiam desencadear era a extinção em massa de grandes espécies inteligentes de seres vivos. Espécies essas que poderiam trazer importantes contribuições se conseguissem preservar sua sobrevivência. Ao observar a situação, grandes entidades cósmicas se reuniram e criaram o Conselho Universal da Paz (C.U.P.), que objetivava organizar os eventos do universo sem fazer significantes alterações na sua estrutura base, de maneira a manter a ordem. Por se tratarem de Entidades Supremas, era muito complicado para seres tão poderosos atuarem ativamente na criação sem implicar em grandes transformações.

O conselho propunha que a melhor estratégia para que essas mudanças fossem efetivas era o desenvolvimento de seres altamente capacitados que deveriam ser infiltrados entre as nações para entender a cultura, a linguagem e costumes desses povos, averiguando as problemáticas ali envolvidas e atuando na resolução das mesmas. E assim, fomos criados: somos conhecidos como Himmlisches (ou Celestiais, em tradução livre), agentes secretos que possuem habilidades únicas que nos tornam capazes de realizar grandes feitos e manipular parcial ou totalmente determinados aspectos do universo, todos com um único objetivo comum: evitar a extinção de espécies inteligentes.

Existem incontáveis ​​Himmlisches espalhados por toda a realidade, mas apenas três foram supostamente capazes de contrariar as ordens originais do C.U.P. e gerar uma verdadeira revolução para anular o futuro catastrófico, mas precisavam fazê-lo ​​juntos, ou toda a vida do universo estaria ameaçada. Éramos eu, Lían e Deaken, três jovens que carregavam a responsabilidade do mundo literalmente sobre suas mãos.

Certo, eu era um cara relativamente simples, cresci no Brasil e vivi uma infância e adolescência humilde, tive meu lado celestial abafado quase que totalmente e aprendi a me comportar como um verdadeiro ser humano. Entre crises e conflitos, erros e quedas, amadureci e vivi minha juventude de tentativas, acertos e falhas ao tentar me tornar uma pessoa melhor. Aos 8 anos, tive o primeiro contato com o Lían, que também havia crescido na Terra, em uma família asiática, no norte da China, mas havia se mudado recentemente para o Brasil por questões econômicas. Lían era uma garota doce e inteligente, íntegra, por assim dizer; logo nos aproximamos e viramos amigos, apesar de nem mesmo desconfiarmos que ambos possuíamos a mesma origem. Deaken, bem, ele é um pouco, digamos, complicado. Você vai conhecê-lo melhor mais adiante. O que importa é que, aos 10 anos, no fim da 4ª série, Lían e eu nos separamos, acredite, ficamos um bom tempo distantes. Mas sinceramente, não sei como chamar isso, destino? Ou talvez seja algum tipo de conspiração, fato é que algo dizia que Lían e eu deveríamos manter proximidade. Ao inicio do 9º ano, lá estávamos, em outra escola, mas novamente caímos na mesma sala. Talvez você esteja se perguntando qual é a relevância desses pequenos detalhes para o entendimento acerca do conflito. Acontece que, com essa reaproximação, foi inevitável que descobríssemos a verdade sobre o outro, e é sério, isso foi REALIZADOR. Finalmente, não teríamos mais que esconder nossa verdadeira natureza o tempo todo, nem mesmo omitir nossa missão para todos, agora tínhamos um ao outro. Logo no início do ano, encontramos uma garota com habilidades extraordinárias que lhe permitiam a abertura de portais e se teletransportar através de distâncias absurdas em um simples piscar de olhos. Seu nome é Bruna, ela não era uma de nós, era ... diferente. Lutava pelos grupos oprimidos e se relacionava muito bem com todos. Ela claramente tinha um propósito pelo qual lutar. Por fim, tinha o Gabe, garoto comum e de família humilde, passava por muitos problemas dentro e fora de casa, mas isso não apagava sua vontade de ver o bem do outro.

Juntos, Lían e eu demos  início à Associação Secreta dos Indivíduos Aprimorados (A.S.I.A.), nossa missão era ajudar em causas "menores", como salvar vidas e impedir assaltos, o que claramente fugia dos nossos objetivos como os celestiais; e é claro, precisávamos fazer isso com baixa frequência para não despertar a atenção do C.U.P. O motivo para fazermos essas ações mesmo que não fosse nossa obrigação é que percebemos que com nossas habilidades poderíamos fazer muito mais pelo mundo, do que apenas agir nas sombras e investigar situações em sigilo. Eu atuava sob o codinome "Cosmos", que refletia meu apego pela beleza do espaço sideral. Inicialmente, recrutamos Bruna e Gabe, este que, apesar de ser um ser humano 100% normal, tinha força de vontade e um coração bom para ajudar as pessoas, por isso, Lían o treinou e o especializou em lutas com katanas e disparos de arma de fogo, dos mais diversos tipos. É claro, seu desenvolvimento levou algum tempo, começou suas atividades vigilantistas bem depois da gente, mas tão bem preparado quanto. Assim, nossa elite estava formada!

Paralelamente, em 2017 criei a iniciativa Rolezeiros junto com outros 3 amigos: Bider, Emmano e Verynice; cá entre nós, nunca fui fã desse nome, mas é difícil mudar quando não se tem ideias melhores rsrs. Como o próprio nome explica, nós simplesmente saíamos para dar rolês o mais aleatórios possíveis. A partir da minha iniciativa de reunir esse grupo de pessoas divertidas e de certa forma, peculiares, acabamos dando certo. Vai entender né?

É fundamental citar os rolezeiros, pois além de significarem muito para mim, ainda possuía uma peça chave para solucionar o conflito: Ferb. Desde o início, eu sabia que nada era por um acaso, cada membro do grupo estava ali com um propósito, eu sabia que cada pessoa que recrutei traria alguma contribuição para o mundo, mas ainda não fazia ideia de como. Bem, apesar de um pouco estressadinho, Ferb mostrava domínio em estudos práticos e constantemente carregava estranhos livros saturados de ensinamentos. Era misterioso e muitas vezes silencioso, possuía algum segredo que ninguém sabia do que tratava. Enfim, até então, tudo parecia estar no seu devido lugar ...

The HimmlischWhere stories live. Discover now