— Menino, claro que não. Não podemos fazer isso, era de uma senhorinha.

— Gente, será que podemos focar no meu problema?

— Podemos, diga tudo, não nos esconda nada. — disse Seonghwa.

— Acho que gosto dele — confessou baixinho enquanto olhava envergonhado para o gramado, onde retirava nervosamente algumas folhas da grama.

Definitivamente não foi fácil para Yunho dizer aquilo. Mesmo os três sendo seus melhores amigos, o moreno sempre teve dificuldade em mostrar seus sentimentos mais profundos. Bom... Pelo menos os que tivessem ligação com outras pessoas, porque o Jeong não tinha a menor preocupação em encher a cabeça de literalmente todos os seus amigos quando estavam falando de Harry Potter.
Mas era de se entender, quando expomos nossos sentimentos por outra pessoa, meio que carregamos um peso a mais, o peso de saber que seus amigos vão te olhar diferente quando o dito cujo passar por perto, o de ficar levemente mais sorridente e morrer de medo da outra pessoa descobrir seus sentimentos (sem a sua permissão, afinal, você não queria que ela descobrisse). Mas, o maior de todos os pesos para Yunho era, definitivamente, o de pensar se deveria mesmo levar em consideração Song Mingi, ele se conhecia e sabia que seria difícil toda essa trajetória com o menor.

— Puta merda — gritou Hongjoong, arregalando os olhos e colocando as mãos em cima da boca instantâneamente.

— Porra, é sério? — disse Jongho, incrédulo.

— Meu Deus — falou Seonghwa, limpando as lágrimas falsas do rosto. — Eu esperei tanto por este momento próspero de amor e compaixão, onde meu menino finalmente cresce para sair do seu mundinho...

— Eu disse que acho — deu ênfase ao "acho", mais tentando convencer a si mesmo do que seus amigos, mas ninguém precisava saber.

— Não trabalho com incertezas — disse Jongho, rindo e se levantando, limpando sua calça da sujeira do gramado.

Yunho realmente não tinha certeza, nunca havia realmente gostado de alguém. Não sabia se o estômago revirando e as mãos suando eram realmente indícios de paixão ou só outra típica crise de ansiedade chegando.
Mas uma coisa que tinha certeza eram os sorrisos involuntários que dava quando se pegava pensando em momentos aleatórios dele com Mingi nas aulas, principalmente quando o menor continuava não entendendo nada sobre Netuno e quando se estressava por Plutão não ser mais um planeta. Gostava, principalmente, de quando o pegava viajando enquanto Yunho falava, ele sempre fica com a boca aberta enquanto olha fixamente para algum canto da casa do moreno (que, inclusive, sempre dizia ser linda e a cara dele). Ah, isso ele sabia muito bem o que significava.

—Ai, sei lá. Vamos voltar para a sala — falou Yunho, se livrando dos pensamentos e puxando os meninos com as mãos.

— Tá com vergonha é? Meu bebê está crescendo, finalmente! — disse Seonghwa, apertando as bochechas do maior, o vendo fazer exatamente a mesma cara que você faz quando seus pais te chamam para tirar foto com suas tias distantes.

— Espera aí, não é como se ele nunca tivesse beijado antes, ele e o Hongjoong já se beijaram quando pequenos.

— É, foi aí que eu descobri que gostava de homens. — falou rindo.

— Foi aí que eu descobri que gostava de mulheres... — o ruivo disse pensativo, fitando o chão, fazendo todos rirem.

— Foi aí que viramos melhores amigos — comentou o menor, sorrindo e balançando os cabelos castanhos de Yunho, o vendo se encolher e sorrir pequeno. Mesmo sendo costumeiro, o maior nunca soube como reagir ao carinho extremo e elogios, o que só o tornava mais fofo.

— Tudo bem, garanhão, brincadeiras a parte, ele gosta de você? — perguntou Seonghwa, andando em direção ao corredor das salas.

— Não sei, ele me fez infringir a lei e depois ficamos conversando sobre o quão confuso é o universo. Talvez, no cérebro dele, isso queira dizer que ele está super a fim.

— É, pode ser que sim — ponderou, estreitando os lábios em um sorriso. — E como você está quanto a isso? — questionou Hongjoong — Quero dizer, com tudo aquilo de ele ser cético e etcetera.

— Não sei o que fazer, não fico feliz com a ideia de namorar alguém que não acredita no mesmo que eu. Talvez pareça idiota, mas para mim é meio que jogar esperança fora. Estou pisando nela agora. — disse o Jeong, pisando forte no chão, rindo.

— Por que você não tenta ser egoísta pelo menos uma vez na vida? Você está sempre pensando nos outros. Pense mais em si mesmo. Seja um merda! — Jongho gritou essa última parte, se virando e segurando no batente da porta de sua sala, jogando um beijo no ar para Yunho, se despedindo.

— O jongho está certo — Seonghwa falou, apontando para o maior — menos a parte sobre ser um merda mas, você entendeu. Também vou indo — se despediu dos dois, acenando com os braços e sorrindo.

Yunho e Hongjoong continuaram andando para suas salas, tinham aula junto agora. O menor agarrado a lateral do corpo do Jeong, os braços entrelaçados e a cabeça encostada no braço do maior. Caminharam em silêncio até estarem próximos da porta, onde Hongjoong disse, ainda olhando para frente: Não sei qual vai ser a sua decisão, mas saiba que eu estou contigo nessa.

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