Ataduras

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                 Meu corpo dolorido bate cansado contra o lençol vermelho, combinando com o sangue que escorre dos meus cotovelos ralados. Treinar uma tarde inteira por pura competição é divertido. Sentir a adrenalina e o meu lado convencido me trás a sensação de poder correndo pelas minhas veias. Admito: talvez a minha competição seja apenas tensão entre um e outro, e a minha sede por vitória apenas por atenção. Toco as ataduras no meu joelho, enroladas e apertadas por ele, em uma declaração de guerra com um sorrisinho malicioso de brinde. Sorrio boba, lembrando das corridas que apostamos e dos olhares competitivos e ardentes que foram trocados. Meu gênio teimoso de taurina junto a alguns tombos e risadas em um simples jogo de baseball foram capazes de criar um lindo amor que só existe na minha cabeça. O que fazer com a pobre da minha mente cansada?

                 Meu time, obviamente, saiu vencedor, e em seguida, o dele também. Agora, somos oficialmente rivais. Talvez uma guerra esportiva entre adolescentes competitivos e apaixonados seja divertido. Me remexo e suspiro vez ou outra com minha ansiedade e pensamentos fúteis, e acordo para a realidade ao encostar o cotovelo em carne viva na parede gelada, sentindo o sangue incendiar sob minha pele. Faço uma careta de dor, bufo e me levanto, pensando que já está na hora de trocar as ataduras.

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