- A um demônio queconheci.
Sabe, invejo-te
Essa armadura que usas
A queria pra mim,
De espinhos grossos e frigidos
Forjada pela dor e lágrimas
Com tantas camadas de malha
Não há lança de palavras, nem machado de afago
Que ousem fura-la
A mim resta apenas um manto de Linho,
Simples, frágil, amável
E frio.
Deixa livre o azul
Nem esconde o obscuro
Costurada por poemas e mentiras
Pisada pelas memórias
Largada ao acaso
Como eu queria essa armadura de espinhos,
Ao invés desse manto de retalhos.