THE LOVE #1 ✓

14.

— Não. Ainda não. Eu precisava falar com você antes. Eu vou contar. Mas peço paciência, é um assunto delicado.

Assenti. Se eu, ainda estava processando, imagina uma criança de seis anos?

— Você... você descobriu quando?— perguntei e ela franziu as sobrancelhas.— Sobre a gravidez.

— Foi uma semana depois do... bom, você sabe do que eu estou falando. Eu tentei falar com você, mas quando eu fui na casa dos seus pais, eu queria falar com a Liza para perguntar onde encontrar você, porque você não estava no seu apartamento, mas barraram minha entrada. Eu não insisti mais, e eu me arrependo disso.

Fechei o punho. Meu pai, provavelmente deve tê-la proibido de entrar. Ele nunca gostou ou aprovou o meu relacionamento com ela.

Eu realmente não estava no apartamento, eu estava com tanta raiva, que saí por um tempo da cidade. Foi questão de dias.

Eu podia ver em seus olhos que ela estava realmente arrependida. Não era mentira.

Mas não consegui controlar minha irritação, porque não há como.

— Quero que você saiba que eu pensei diversas vezes em contar. Mas tenta me entender, quando eu tentei, seu pai deixou bem explícito que você não queria me ver. Eu sei que deveria ter tentado mais vezes, porém estava com medo de você rejeita-la. E eu odiaria vê-la magoada. Eu sabia que você estava com raiva, e bom, não sei até onde ela ia, e onde começava seu lado racional.

De alguma forma, ela tinha razão. Pelo menos da parte em que ela diz que eu estava com raiva.

Porque eu estava.

E confesso que, eu provavelmente não conseguiria acreditar. Mas isso não muda o fato que ela errou, e muito.

E agora, a única coisa que eu tenho certeza,  é que, eu irei lutar pela guarda dela.

Liza estava me observando já fazia trinta minutos. Suspirei irritado. Ela não falou nada desde que chegou, apenas está esquadrinhando meu rosto.

— O que você quer? — perguntei pela quarta vez, dessa vez ela rolou os olhos.

— Apenas analisando o quão idiota você é. — Deu de ombros. — Você acreditou nela, não é? Porque a Alicia é idêntica à você. Só se você for bem burro, não percebeu.

Respirei fundo, antes de girar com a cadeira.

— Óbvio que sim. Não tem como negar.— Falei, pois é a verdade. A menina tem todos os meus traços.

Ela suspirou aliviada, e sorriu.

— Estou tão feliz. Nem acredito nisso.— Ela disse com um sorriso enorme estampado no rosto.

Quando ela viu que eu não estava sorrindo, ela ficou séria novamente. Seu rosto se transformou em um poço de preocupação. Por um instante, vi medo em seu olhar

— Você não ficou contente? Não gostou da ideia de ser pai?

— Não... Não é isso. Estou animado com isso. Mas é que eu não participei de absolutamente nada da vida dela. Eu não estive por perto durante o crescimento dela. E eu tenho medo de não conseguir ser um bom pai.

— O que você fazer de agora em diante que vai definir se você é ou não, um bom pai. E eu tenho certeza que você será um bom pai. Um ótimo pai.

Ela disse, tocando em meu ombro.

— Eu só peço que vá com calma, Ethan. É uma criança, ela ainda vai processar a notícia. Não ache que ela vai realmente considera-lo de um hora para outra. Isso vai ser com o tempo.

Eu sabia disso. Sabia que eu terei que enfrentar uma batalha para mostrar que eu realmente serei um bom pai.
Não será fácil, isso eu sei. Será algo novo para ela. Mas estou disposto a ser um bom pai à ela. Dar todo o amor que se é possível. E fazer com que ela seja feliz.

Ser o pai que eu não fui durante seis anos, que não sabia de sua existência.

— Eu espero que você não esteja pensando em tirar ela da Mirella. — Ela me olhou seriamente. — Você estaria sendo ridículo de tentar tirar ela da mãe.

Não respondi, e Liza balançou a cabeça. Ela me olhou com decepção estampada em seu rosto.

— Liza...

— Você é um idiota. Meu Deus, eu não acredito que você cogitou isso. Você é imaturo, Ethan. Quando eu penso que você vai finalmente amadurecer, você vai e faz isso. Meus sinceros: vai se foder, Ethan.