Capítulo 6

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Lauren....

Sim, foi tudo uma grande frustração, eu acreditei muito que poderia conseguir convencer aquele, cara a me dar essa entrevista e salvar meu emprego, e agora eu não tinha nada novamente, vou ter que encarar a cara de decepção de Ross, e o nosso chefão gritando palavras doces em nossos ouvidos, nem um nome eu consegui arrancar daquele cara, e tudo que ficou em minha mente foi o som da sua voz e aquele sotaque, meu Deus, parecia que o cretino havia me jogado um feitiço ou algo do tipo, não tive uma única noite de sono desde daquele encontro, minha amiga Trish, me dizia que era minha abstinência me causando alucinação, talvez ela tenha razão, mas por alum motivo, meus pensamentos se voltavam naquela enorme casa.

Uma semana depois, desse encontro que só me rendeu uma enorme dor de cabeça e muitas noites rolando na cama, ainda teria que encara essa reunião hoje, tudo só melhorava em minha vida, e com Sam, sentado a minha frente babando em cima de mim, eu tinha vontade de sair correndo.

— Sério, que você não esta nem um pouco preocupado com a reunião, Sam?

— Olha, eu até que andei preocupado, mas tenho meus contatos, e claro que se a coisa azedar aqui, eu tenho para onde correr.

Esse era o verdadeiro rato, não importava se as coisas estivessem afundando para seus colegas de trabalho, desde que o dele, estivesse garantido de alguma forma.

— Sabe, eu queria ter DNA de rato correndo em minhas veias Sam, mas ao contrário de você, eu me preocupo com todos aqui, Ross tem família, o Grant tem família, todos temos contas para pagar.

O cretino da um meio sorriso.

— Eu não posso fazer milagres Lauren, mas vou fazer de tudo para preservar o meu lado.

O cretino se levanta e vai até à mesa da karen, fico torcendo para ver, ela arremessar uma caneca de café escaldante nele.

Cada minuto que se passava, meu estômago se revirava, a hora da verdade, estava mais perto do que nunca, pior eu estava adiando algo que era inevitável, precisava acabar com as esperanças de vez, de Ross antes da reunião com a diretoria começar, eu sei que é muito mais fácil dizer, que me levantar e ir até lá contar tudo, era por isso que a cada hora que passava eu repetia a mesma coisa, repeti tanto que só percebi o erro, quando Karen veio me chamar para subir ao último andar, a hora da reunião havia chegado e eu não consegui dizer a verdade para Ross, que agora estava lá na sala com o tal Damien, falando todo animado.

Quando chego na sala, o mundo veio abaixo de vez, sim, desgraça realmente, não era pouca quando se tratava de minha vida, minha visão estava embaçada ou havia alguma droga alucinógena no café, porque eu quase caio para trás, quando vejo o tal cara, sentado na cadeira a frente. Ainda estou petrificada sem conseguir me mover, quando ouço a voz de Ross.

— Lauren, esse é o senhor Damien Björn.

De repente, perdi a capacidade de falar ou até mesmo de me mover, mas o cara a minha frente parece completamente indiferente a minha presença, mesmo quando me olha, parece não me conhecer, ou não se lembra realmente, a final quantas mulheres esse, cara deve pegar, fico ali em silêncio tentando tramar várias teorias, talvez seja o irmão mau, mas espera, o outro também não era lá, essa simpatia de pessoa, passo tempo demais pensando e repensando, no que poderia esta acontecendo, mas a voz grave, e com aquele inconfundível sotaque, me tira do transe, é ele eu tenho certeza, meu corpo reagiu da mesma forma.

— Senhorita Kurt, esta com algum problema?

— Querida, você esta pálida?

Ouço Ross, dizer, enquanto ainda encaro o homem, a minha frente, esperando qualquer sinal que prove que estou imaginando isso tudo, até piscar várias vezes em seguida eu fiz, talvez eu tenha sonhado tanto com aquele, cara que agora estou começando a ter miragem com ele.

— Senhorita Kurt, o Ross estava me contando a respeito de uma tal matéria misteriosa, que poderá alavancar o Seanews, com sua carreira.

— Estou pesquisando ainda, esta mais difícil do que imaginei.

Ele franze a testa.

— O Ross aqui, me pareceu acreditar muito em seu potencial.

Ok, agora ele estava me provocando, seja lá quem for esse cara de verdade.

— Eu já disse, que me dedico muito ao que faço, porque amo meu trabalho, eu acho, que o senhor deve entender isso, já que é dono do maior jornal de Seattle.

— Sou dono de muitas coisas Senhorita Kurt, e nem tudo amo, apenas possuo e faço dar certo.

A forma como ele disse "possuo", não deveria soar tão "sexy", mas foi exatamente isso que soou.

— Bom, talvez ai esteja a diferença, o senhor possuir vários negócios, mas eu e Ross e todos os meus colegas, só possuímos nossos empregos, são eles que pagam nossas contas.

Ele fica em silêncio por um tempo, é quando percebo que toda a sala está em total silêncio também, todos com os olhos focados em mim, então senhor eu tenho tudo, faz o inesperado.

— Vocês podem me dar licença, gostaria de conversar com a senhorita Kurt.

Todos trocam olhares surpresos, não tanto quanto eu, mas saem da sala me deixando ali, sozinha para o abate, tenho certeza, que essa calma toda, que exala desse Damien, é apenas um super controle que adquiriu para disfarçar sua vontade de soltar uns gritos, em cima de mim. Quando a última pessoa sai da sala ele se levanta, todo elegante naquele terno perfeitamente encaixado em seu corpo, segue até a porta e a tranca, o medo toma conta de mim, porque se ele resolver me jogar pela janela de repente, não tenho como correr.

Ele se encosta em frente sua mesa e cruza os braços.

— Senhorita Kurt, eu pensei que havia deixado bem claro, que não permito nada de matéria sobre minha vida.

— Olha, para começar, eu só não tive coragem de acabar com as esperanças de Ross, mas eu não estou fazendo matéria nenhuma, mas o que isso importa, você sempre teve o poder sobre tudo, aposto, que sabia que eu trabalhava para seu jornal e só permitiu que eu chegasse até você, para se divertir as minhas custas.

— Não sou o tipo de pessoa, que se diverte com a vida dos outros Senhorita Kurt, e nunca neguei, que sabia quem era você, porque o assunto nunca foi tocado por ambas as partes.

Ta, talvez ela tenha razão, mas isso não deixa de ser manipulação, ele sabia que podia barrar essa matéria desde do começo.

— Bom, agora o senhor já sabe que não tem matéria, e que as esperanças de Ross, é por pura culpa da minha covardia, por não ter coragem de dizer a verdade.

— Me chame de Damien, por favor.

— Então, acho que estamos perdidos certos?

Ele parece refletir por um tempo, até que finalmente resolve falar novamente.

— Talvez ainda tenha um jeito, de eu ajudar nessa sua matéria, mas sem me expor.

De repente uma luz gigante, se acende dentro de mim e eu não consigo segurar o sorriso e muito menos a empolgação.

— Ai minha nossa, isso é mesmo verdade, sério, isso seria ótimo para todos.

— Mas...

Pronto, tinha que ter o temido Mas.

— Mas...

— Você vai precisar me convencer e mostrar cada etapa de edição, só vai fazer as perguntas que eu permitir e só vou responder as que eu achar necessária.

— Mas, ai não vou poder fazer a matéria realista, a minha matéria, que tal eu fazer todas as perguntas e você responder apenas as que sentir confortável para responder?

Ele ainda continua me encarando.

— Tudo bem, mas vou te avisar, se eu desconfiar que isso possa sair do controle, você e todos aqui vão se arrepender.

Isso realmente foi assustador e muito intimidador.

— Uau, tudo bem, só não suma com ninguém.

Começo a me levantar para seguir até a porta, quando ele fala novamente.

— Me diz, conseguiu dormir bem?

Claro, que ele não perderia a oportunidade, com o meu melhor sorriso cinematógrafo, minto descaradamente.

— Como uma pedra.

Mas, o cara aqui nessa sala com aquele sorriso debochado, parece lê a verdade, por trás das minhas palavras.
Ele caminha até ficar próximo de mim, e eu quase caio com o cheiro maravilhoso que esse homem grande a minha frente exala.

Você quer brincar? (Sim ou não) Where stories live. Discover now