O ciúme da Belinda

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Só segure a minha mão um pouco, e feche a porta quando sair

(Cicatriz – Manu Gavassi)

Nick me acompanha até a entrada do meu prédio, apesar de eu insistir que isso era desnecessário. Despedimos-nos e sigo para o elevador.

— Onde você estava até agora?

Dou um salto com a voz de Belinda. Acendo a luz e vejo ela toda enrolada no seu edredom.

— Você quase me matou de susto. O que está fazendo aqui no escuro?

— Tentando dormir. Mas você não me respondeu. Onde a senhorita estava?  

— Estava com Nick.

— Até agora?

— Sim. Ele estava indo treinar um pouco na piscina e perguntou se eu não queria lhe acompanhar. Não tinha nada mesmo para fazer, então fui. Depois fomos para o... – Quase falo a verdade.

— Foram para onde?

— Fomos comer uma pizza aqui perto. Estávamos morrendo de fome.

— Só comeram a pizza e vieram pra casa?

— O que mais poderíamos fazer além de comer pizza?

Belinda senta na cama, me olhando por alguns segundos.

— Estou com fome, quer me fazer companhia enquanto faço um lanche na cozinha, já que está cheia de pizza?

— Tudo bem.

Vinte minutos depois, Belinda está me contando algumas histórias da faculdade, quando Ivy entra na sala acompanhada de Diogo.

— Nanda, que bom te encontrar em casa. Diogo estava mesmo querendo falar com você.

— Estava? – pergunta Diogo olhando para Ivy.

— Estava sim. Lembra que você falou que queria pedir desculpas pelas coisas idiotas que disse na festa?

Ivy dá um cutucão em Diogo.

— Verdade. Eu vim justamente deixar Ivy em casa, para poder te pedir desculpas por tudo que falei.

Estava na cara que ele não aqui para me pedir desculpas, mas eu não iria criar mais uma cena com ele, então resolvi fingir que estava de boa.  

— Tudo bem. Sem problema.

— Ufa! Que bom que está tudo bem agora – Ivy solta um suspiro.

— Bom gatinha, preciso ir. Te vejo amanhã?.

— Tudo bem.

Ivy o acompanha até a porta e depois volta quase flutuando até o balcão, e senta ao meu lado.

— E então, o lance de vocês está indo as mil maravilhas? – pergunta Belinda colocando o último pedaço de sanduíche na boca.

— Parece que sim. Esse ano começou com o pé direito. E Jessye, onde está?

— Quando cheguei, não tinha ninguém em casa – Belinda responde.

— Olhou no quarto? Eles podem estar lá.

— Se estivessem lá, já saberíamos.

— Podemos trazer garotos pra cá? – pergunto tentando parecer desinteressada.

— Claro que podemos. Aqui não é um colégio interno ou de freiras. Contanto que avise com antecedência, para deixar o quarto livre, entendeu? – Belinda coloca o prato vazio na pia.

Tinha Que Ser Você 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora