Encerrei tudo mais cedo e voltei para casa antes do horário.
Quando entrei em casa. Ouvi o som da televisão ligada, o volume estava alto e o som dá risada de Emília se espalhava pelo lugar.
Era um vídeo que havíamos gravado comemorando o primeiro aniversário do cachorro. Emília dava risada tentando colocar o chapéu de aniversário em Neném.
Ao me ver entrando Vanessa enxugou as lágrimas, ela estava sentada sozinha, e próximo a ela havia apenas uma mala.
— Precisamos conversar.
Olhei sobre mesa de centro e vi a aliança de nosso casamento.
E antes mesmo da conversar começar, eu já sabia, a conhecia o suficiente para saber que estava acabado.
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
JÉSSICA
Subi as escadas como um raio. Tentei entrar na primeira porta que vi, mas estava trancada. O desespero tomou conta de mim e eu fui para a porta seguinte também trancada. Quase me desmanchei quando minhas mãos trêmulas tocaram a maçaneta da última porta no corredor, e ela abriu.
Graças a Deus!
Entrei no quarto. A meia luz vi os contornos da minha possível rota de fuga. Bom... não tinham muitas opções, debaixo da cama, ou dentro do armário. Pensando rápido olhei o lugar tentando não ter um ataque de pânico! Perto de uma cômoda escura haviam duas portas altas espelhadas. Por causa da má iluminação eu não conseguia ver direito. Aqui tinha tudo para ser um closet. Abri as portas e duas lâmpadas internas revelaram um armário embutido vazio de um lado e repleto de roupas masculinas do outro. Ah sim... eu com certeza cabia ali. Mas e se Pedro subisse, e quisesse trocar de roupa? Se ele abrisse daria de cara comigo e me degolaria. Eu também podia ir até a janela e tentar descer pelo lado de fora..., mas com a sorte que eu tinha acabaria escorregando e quebrando o pescoço. Pedro me socorreria para depois me matar com crueldade. Olhei para a cama de casal ainda bagunçada, talvez eu coubesse ali embaixo. Não tinha motivos para ele desconfiar que tinha alguém debaixo da cama. Não claro que não.
Mas os passos na escada já estavam bem próximos e eu podia ouvi-lo cada vez mais perto. Entrei closet e fechei as portas com cuidado.
Que ótimo. Lugares fechados. Aquilo era perfeito para minhas crises de pânico. Ironizei me odiando por não ter tido coragem e tempo o suficiente para entrar embaixo da cama.
Me senti sufocada ali dentro era como se as paredes estivessem se fechando ao meu redor o que tornava quase impossível respirar.
Fica calma Jejé. Não vai dar pane agora. Aguenta firme.
Sinto gotinhas de suor descendo pela curvatura de minhas costas.
