Ian se vestiu com roupas que estavam no closet, e quando eu ia abrir a porta para sairmos, ele colocou sua mão em cima da minha, me impedindo.

−Naty, entenda, eu não sei o porquê, mas tenho a necessidade de tentar ser sincero com você, e mesmo com este seu pedido idiota de não querer nada sério...

−Ian eu só não quero me machucar...

−Shi...- ele colocou dois dedos entre meus lábios. −eu sei disso, mas entenda, eu não estou te iludindo quando disse que você é diferente, é porque é a mais pura verdade –ele fechou e abriu seus olhos −eu e meu pai não temos um relacionamento muito amigável, e desde que larguei a faculdade de medicina, nós mal se falamos.

Fiquei perplexa novamente com sua atitude, ele queria partilhar comigo sua vida pessoal, minha garganta coçou com a pergunta, e não pestanejei novamente soltei.

−E por quê?

−Quando minha mãe faleceu... - ele deu uma pausa e se direcionou ao outro lado do quarto...-  eu era muito jovem, mas vi quando ela adoeceu, meu pai não tinha muitos recursos quando éramos pequenos, e então se dedicava a sua profissão, com plantões e mais plantões, e quando minha mãe precisou dele, ele não estava plenamente dedicado a ela, por tempos o culpei, e quando ele conheceu Emma, bem,  sua vida mudou, e ele decidiu não mais se dedicar totalmente ao trabalho e sim tentar viver, o patrimônio já estava significativamente grande, e ele decidiu dedicar a sua vida a aproveitar cada minuto com sua nova esposa, viagens, jantares, óperas e tudo que um casal tem que fazer juntos.

−E você não aceitou muito bem. –concluí.

−Eu senti-me traído, por minha mãe não ter tido essa oportunidade.

−Ian você tem que entender que seu pai está tentando ter uma vida agora, isso não significa que não amava sua mãe, mas aprendemos com os erros não é mesmo?!

−Hoje eu seu disso, e parte de mim já aceitou, mas fui rebelde, larguei a faculdade e fiz administração, e quando meu tio Marcus sugeriu que eu cuidasse dos negócios em Londres não pestanejei em ir, mesmo odiando Londres.

Cheguei perto Ian e o abracei pelas costas, eu sabia que cada gesto de carinho, cada menção de cumplicidade, me faria ficar mais próxima dele, e assim me machucaria mais quando esse relacionamento acabasse, mas ele estava ali frágil e vulnerável em minha frente.

Ele tocou minhas mãos e se virou, e encarando nos olhos, afastou meus cabelos do rosto.

−Naty, o que você fez comigo? Transformou-me em um idiota emotivo.

Percebi certa menção de lágrimas em seus olhos, aquele momento foi único, mágico, realmente ele não era aquele Ian Smithc arrogante que se tinha conhecimento por todos, ele era simplesmente Ian.

Ele colou seus lábios nos meus me fazendo arfar.

–Ah! Ian você também vai ser minha perdição, vai me fazer se apaixonar e aí eu me magoarei mais. −enterrei meu rosto em seu peito.

−Nataly! Irei provar o contrário e você vai acreditar em meus sentimentos, tão novos para mim que nem sei como lidar com eles.

Saímos do quarto e voltamos à piscina.

−Ei! Achei que vocês iam ficar trancados o dia todo lá, Ian de folga para garota, ela parece cansada.

Gale fazia brincadeiras, e eu ri de suas colocações, resolvi me divertir também.

−E quem te disse que sou eu a precisar de folego? –falei recebendo um cutucão de Ian.

−Ei Sweet, calma ai, não acabe com minha reputação.

Adorável DançarinaWhere stories live. Discover now