Paraíso do Arroz. ─ jae.ten

ライスパラダイス。

— Ya, Chi! Vamos! Eu prometo que você não vai se arrepender! — disse o meu primo, Jungwoo.

Já era a décima vez que o Kim tenta me arrastar para mais um dos restaurantes novos do bairro. É nisso que dar ter um primo-melhor-amigo que cursa gastronomia na universidade.

— Ok, mas e se você se arrepender? — perguntei com uma sobrancelha arqueada.

— Ah... Então... Você vai embora comigo! — abriu um largo sorriso — Vaaaai! Por favor! Faz um favorzinho pro' seu priminho aqui... — fez biquinho.

Revirei os olhos e abaixei a cabeça, negando. Soltei um longo suspiro e cruzei os braços.

— Tá' me devendo um favor — olhei para o lado com desinteresse.

Embora Jungwoo me levasse para todos os restaurantes possíveis, muitas vezes, contra a minha vontade, eu gostava de estar com ele. Principalmente porque ele paga só por estar com a consciência pesada por ter me arrastado novamente para um lugar que ele não achou lá essas coisas — e também por ser rico.

Após termos nos arrumado e caminhado por alguns minutos, paramos em frente a um estabelecimento com letreiros de madeira escrito em coreano "Paraíso do Arroz".

— Arroz, Jungwoo? Sério? — cruzei os braços.

— Ah, vamos! Esse restaurante acabou de abrir e já tem muita gente falando bem do arroz! Eu como um bom estudante de gastronomia deveria provar também! — Jungwoo exclamou.

— Não se sinta obrigado... — suspirei.

— Mas... Mas é pro' meu TCC! — fez biquinho.

Eu não tinha realmente como saber se era ou não mentira, mas eu cedi às suplicas do meu primo pela segunda vez no dia.

Entramos no espaço e eu observei os detalhes em madeira. Era aconchegante e tinha um cheiro leve, junto ao cheiro de arroz que vinha do fundo, onde parecia ser a cozinha.

Jungwoo escolheu sentar-se em uma das mesas perto da janela, já que ele sabia que enquanto eu me alimentava, gostava de observar a paisagem ao redor.

Eu sempre gostei de arroz. Minha mãe me ensinou desde cedo e eu sempre tive um gosto enorme por fazer. Tradições na Tailândia e essas coisas. Mas para os meus parentes da Coréia, isso talvez soasse um tanto engraçado. Eu nunca gostei quando eles falavam que "cozinhar é para garotas, não para garotos" e eu acho que Jungwoo também não; talvez tenha sido por isso que escolheu cursar gastronomia.

O garçom colocava os pratos na nossa mesa e nós agradecíamos. Respirei fundo antes de colocar os hashis no arroz que veio em bolinhas e começar a comer. O gosto era incrível. Talvez o melhor que eu já tinha comido.

— Você gostou? —perguntou o Jung, atento às minhas expressões.

— Sim! — soltei o ar dos pulmões.

— Eu não achei lá essas coisas, mas...

— Agora você vai ficar aqui comigo. Porque é um dos primeiros lugares que você me trás e eu gosto e agora você vai ter que lidar com as consequências! — atropelei o garoto com minhas palavras alteradas. Eu realmente gostei desse arroz.

— Ei, calma! — gargalhou — Eu sei que você é um mestre em arroz, mas não precisa querer me bater! Pelo olhar gastronômico isso tá' incrível, mas pelo meu pessoal, bem... Você sabe que eu nunca gostei muito de arroz — encolheu os ombros com um sorriso frouxo.

— Desculpe. Não como um arroz bom como esse desde que visitamos a vovó. Ela fazia arroz doce e... Espera! — uma lâmpada pareceu acender na minha cabeça — Arroz doce! Garçom, aqui!