–O casamento ocorrerá mês que vem.–Meu pai dispara. James e eu encaramos meu pai ao mesmo tempo, surpresos com a nova troca de datas.–Não haverá nada de muito chamativo.–Tomou um gole de seu vinho antes de continuar.–Será aqui em casa, apenas algumas pessoas virão para que não desconfiem de nada. Você, James, assinará dois papéis, o que legitima você como esposo de Lena e outro onde você passa todas as ações do seu pai para mim.

–Podemos falar sobre isso em outra hora?–James bateu com os punhos na mesa evitando encarar meu pai.

–Não, você é homem! Deve parar de agir como um marica e ficar chorando pelos cantos.–James ficou em silêncio encarando seu prato.–Depois do casamento, vocês irão para qualquer praia em algum lugar apenas para manter as impressões.

Meu pai continuou explicando tudo o que faria com as novas ações que teria em mãos. James e eu não demos atenção, nem um dos dois queria estar ali e em particular parecia que James estava sendo torturado ouvindo tudo aquilo.

Somente com vinho foi possível aturar aquele jantar. Estela não deixou que minha taça ficasse vazia por nenhum momento. Já estava um pouco alta e a ponto de mandar meu pai para o inferno.

Meia hora depois meu pai se retirou. Consegui respirar com mais tranquilidade. Terminei com a garrafa de vinho que estava sobre a mesa enquanto analisava James. Dava pra ouvir sua respiração, ofegante e descompassada, e em seguida seus soluços. Ele estava chorando, o que parecia ser impossível.

–James?–Chamei por ele mas fui ignorada. Ele fungou e levantou o rosto em minha direção.–Aconteceu alguma coisa?

–Eu…Eu não aguento mais essa palhaçada!–Largou o garfo sobre o prato.–Sei que você não me ama e eu muito menos. Esse casamento nunca dará certo. Ficaremos em um relacionamento durante anos só porque seu pai quer manter as aparências de bom homem, enquanto nós sofremos.–Senti algo em mim se quebrar. James estava certo, eu não conseguiria fugir do meu destino. Levantei, um pouco cambaleando, e fui até ele, me ajoelhando em sua frente.

–Olha, eu não quero isso tanto quanto você mas, o que vamos fazer para nos livrar dele?–Encarei seus olhos vermelhos por causa do choro esperando uma resposta que pudesse me salvar.

–Eu não sei. Sempre fui criado em baixo das asas do meu pai, agora que ele morreu estou com muito medo do que me resta. Sou um bobão mimado!–Voltou a chorar. Levantei e lhe abracei tentando confortá-lo.

–Calma! Eu vou dar um jeito nisso.

–Ele machucou você.–Me afastou. Puxou meu queixo, delicadamente para perto e analisou o corte ao lado da minha boca.–Eu te ajudo com isso.–Levantou e pegou em minha mão. Fiquei sem reação deixando que ele me levasse pra onde quer que fosse.–Estela?–Chamou a governanta que em poucos segundo apareceu na cozinha. Pediu a ela um kit de primeiros socorros e a mesma foi em busca. Senti meu corpo ser içado para cima e em segundo estava sentada na bancada.

–O que você está fazendo?–Tentei descer mas ele colocou seu corpo em minha frente. Voltou a pegar em meu queixo ficando muito perto.

–Eu vou cuidar de você.–Sussurrou. O álcool já estava fazendo efeito sobre meu corpo, sentia meus olhos pesarem e um zumbido irritante em meu ouvido.

The DealWhere stories live. Discover now