O UNIVERSO ENTRE NÓS - COMPLETO

JÚPITER - PARTE I

- Júpiter! – Dominic gritou. – Deixem ela em paz! – Ele berrou mais uma vez. E então um soco cruzou o ar e Dominic ficou em silencio.

- Dominic?! – gritei, me debatendo nos braços dos homens que me seguravam. – DOMINIC! – berrei.

- Cala a porra da boca, sua vagabunda. – um homem ao meu lado falou, cravando as mãos com tanta força em meu braço que eu gemi de dor. – Ele foi nocauteado. E apagou. Só isso. Ninguém vai morrer... ainda. – Ele disse, recebendo um coro de risadas atrás de si. Estremeci e continuei sendo carregada e arrastada. Um barulho metálico ecoou e em trinta segundos eu fui jogada no chão. Chorei profundamente e gritei quando alguém caminhou em minha direção. Tentei me afastar, mas ouvi um grunhido e rapidamente o saco em minha cabeça desapareceu, me deixando cega por conta da luz branca em minha cabeça. Pisquei várias vezes para me adaptar a iluminação e vi Dominic caído ao meu lado, sob uma manta estendida no chão. Corri até ele e chorei fortemente. Um hematoma arroxeado já começava a cobrir a lateral de seu rosto, e a raiva que se alastrou em mim foi tão profunda, que quase esqueci dos homens parados atrás de mim. Virei lentamente em sua direção e me encolhi ao ver três deles parados, me olhando com um sorriso malicioso. Os três usavam uma máscara que deixava apenas a boca de fora. Mangas compridas e calças cobriam qualquer coisa identificável em seus corpos. Até os cabelos estavam escondidos sob tocas.

- O que vocês querem? – perguntei, com raiva. – Nós não fizemos nada!

- Se você não aprender a ficar com a porra da boca fechada eu vou te ensinar de uma forma muito divertida. – O homem da esquerda sibilou. Engoli a seco e desviei meus olhos dele. Uma garrafa de água foi jogada na minha frente, mas não a peguei, com medo de ser dopada e eles ficarem livres para fazer o que quisessem com meu corpo. – Faça durar. – Um homem resmungou, antes de sair do quarto que cheirava a mofo e bater a porta atrás de si. Ouvi o barulho da trava e olhei a minha a volta. Estávamos cercados por quatro paredes amareladas. Havia um balde em um dos cantos do quarto e exceto pela manta no chão e a garrafa d'água, não havia nada que pudesse nos ajudar a sobreviver ou sair dali. Voltei a chorar copiosamente, e trouxe a cabeça de Dominic para meu colo, para que ele ficasse mais confortável. Afrouxei sua gravata e abri alguns botões de sua camisa, para que ele respirasse melhor. Plantei um beijo simples em sua testa e respirei fundo, me obrigando a me acalmar. Eu não conseguiria fazer nada por nós dois se eu entrasse em choque.

Respirei fundo, e prendi meu cabelo para não dar vantagens aos desgraçados. Alcancei a garrafa de água e torci a tampa, suspirando de alívio quando percebi que estava lacrada. Tomei um pequeno gole e fechei os olhos, tentando achar uma explicação para tudo isso. Eu não fazia ideia de quem poderia nos querer mortos ou simplesmente querer algo de nós dois. O rosto de Eva nebulou meus pensamentos, e sua ameaça vazia também. Espantei isso para longe. Não. Ela não teria os recursos. Ela não era burra de fazer algo assim.

 Pelo menos, eu esperava com todo o meu coração que não.

Dominic se mexeu, incomodado e então ele saltou num pulo, em um gesto defensivo. Seus olhos enlouquecidos correram pelo quarto até pararem em meu corpo. Ele correu até mim e afundou seus dedos em minha carne, respirando fundo.

- Você está bem? – Ele perguntou, com a voz abafada.

- Fisicamente sim. – eu disse, sentindo minha garganta apertar. Dominic se afastou e aproveitei para checar o ferimento em sua cabeça.

- E você? – perguntei, buscando seus olhos.

- Apenas dor por conta da pancada. – Ele falou simplesmente. se sentando ao meu lado.

- Dominic, por que pegaram a gente? – Pergunto, frustrada. – Nós não fizemos nada. – digo. Dominic respira fundo, resignado.

- Eu sei. – ele fala, me olhando nos olhos. – Mas tenho uma ideia exata de quem pode ter armado isso, e não quero considerar essa possibilidade. – ele fala, com raiva contida, mas com temor também.