A Prostituta

Capítulo 5

***
Já eram mais ou menos 19hrs quando alguém bateu na porta do meu quarto, tirei os livros da minha cama botando no chão
- pode entrar. - na mesma hora em que eu falei, a porta se abriu, e vi Kelly adentrando meu quarto com um meio sorriso.
- Oi fer. - ela estava estranha, mais desanimada do que o normal.
- Oi Kelly, que milagre você aqui.
- É que eu tenho que conversar com você. - estranhei, pois achei que tudo que tínhamos que conversar já tínhamos conversado.
- então pode falar. - respirei fundo e a encarei, ela fez o mesmo que eu.
- Lembra que eu te falei o dono dessa sujeira toda tinha que te conhecer antes de você começar a trabalhar? - disse em um tom sério.
- Sim, e ele só vai vim daqui a duas semana né?
- não, ele vem esse final de semana.
- ta tudo bem, quanto antes comece isso, melhor, não adianta ficar adiando Kelly. - disse firme
Ela abaixou a cabeça, e respirou de maneira tão pesada que eu consegui ouvir seus suspiros, quando levantou a cabeça estava com os olhos marejados de lágrimas.
- Fernanda, me desculpe, mas vou ter que perguntar isso, você é virgem? - ela praticamente metralhou essas palavras.
- não, e eu já imaginava essa pergunta, não precisa se desculpar. - disse calma
- a verdade é que eu não te falei tudo. - deu um longo suspiro - quando eu disse que o Filipe vinha aqui pra te conhecer, eu quis dizer que.. - ela parou de falar
- anda Kelly fala de uma vez. - falei impaciente.
- você vai ter que transar com o Filipe, Fernanda, ele primeiro transa com as meninas pra saber se elas são boas e depois bota elas para trabalhar. - logo que disse ela abaixou a cabeça, eu fiquei pasma, com os olhos arregalados, sem reação.
Eu teria que me deitar com um homem que eu nunca vi na vida? É Fernanda, se acostume com isso! É a sua nova profissão. Uma prostituta.
- porque não me disse antes Kelly ? - perguntei
- por que não sabia como te falar isso Fernanda. - falou ainda de cabeça baixa, quando levantou o rosto pra me olhar, pude ver as lagrimas no seu rosto. - eu não queria que você entrasse pra isso querida, isso é muito ruim, você vai se cansar disso, vai se sentir suja com isso, não vai ficar bem.
- Kelly, eu sei que tudo isso é muito ruim, e sei que irei me arrepender disso, mas a minha escolha já esta tomada, eu já entrei nisso, não gaste suas lágrimas comigo. - levei as mãos ao seu rosto, e limpei suas lágrimas, ela esboçou um pequeno sorriso.
- Não sei porque, mas sinto que você veio para o bem minha jovem.
- olha bem pra mim, linda desse jeito, lógico que eu vim para o bem né Kelly.- brinquei
- convencida demais você em - me deu língua - mas me conte uma coisa, uma certa pessoa me disse que você está de paqueras no colégio, quem é?- reviro os olhos e tento ficar séria
- eu mato a Julia e você também se ficar insistindo nesse assunto, vou resumir pra você, não é nada e eu nem conheço ele, ok? Agora sai porque eu quero dormir e já ta tarde. - disse irritada
- não vou sair, até que me conte no mínimo nome dele! - mas ela é insistente, argh.
- você é tão chata quanto a Julia, são irmãs é? - reviro os olhos. o nome dele é Thomas e é só isso que eu sei, agora saia, ande chispa daqui. - taquei um travesseiro nela, que levantou rindo, mas antes de sair me olhou
- tu vai me contar tudinho depois em gata. - piscou e saiu antes que eu pudesse tacar outro travesseiro nela.
Me deitei na cama e soltei um longo suspiro, a verdade é que eu não tava com nenhum um pouco de sono, só estava afim de ficar sozinha pra pensar um pouquinho. Pensei sobre o que a Kelly tinha me falado em relação eu ter que transar com o Filipe, eu não sou virgem, perdi minha virgindade com 15 anos, com um namorado, namorei por 2 anos com ele terminei assim que a minha mãe morreu, pois aquele monstro me obrigou a terminar, eu gostava bastante dele, porque além de tudo éramos amigos, sinto falta do Pedro e como sinto.
Balancei minha cabeça afim de espantar aqueles pensamentos feches meus olhos e a primeira imagem que me veio a cabeça foi o sorriso do Tom, ah.. que sorriso lindo que ele tem, na verdade ele é todo lindo, como alguém consegue ser tão lindo assim? Fui interrompida por algumas gargalhadas da Yasmim e Julia que entravam no quarto
- hmm, então é aqui que a senhora se encontra? - perguntou Yasmim
- sim, é aqui que eu me encontro meus amores, sentiram saudades né? - brinquei
- nossa, estávamos morrendo de saudade, muita mesmo, só que ai tu acordou do sonho né gata? - disse Julia
- Ihh, ta estressadinha gata? O Arthur ainda não te ligou foi? - perguntei
Na hora em que eu perguntei a Yasmim revirou os olhos e saiu do quarto, estranhei, olhei pra Julia sem entender nada e ela deu de ombros
- É, ela é trouxa assim mesmo, não liga não - se jogou em sua cama - não aguento mais, o Arthur disse que ia me ligar e até agora nada cara, que espera agoniante
- a coitadinha, ta sofrendo por amor já? Tadinha dela, ta apaixonadinha - brinquei e tomei uma bela almofadada na cara, taquei a almofada de volta e acertou seu rosto também.
- oh viada, doeu.- Julia disse passando a mão no rosto
- você que começou meu amor. - ri de sua cara emburrada çando
- vou dormir, foda-se se ele vai me ligar ou não. - dito assim virou de bruços e jogo o telefone na mesinha de cabeceira.
- olha, olha Julia o telefone ta vibrando, acho que é ele. -gritei e prendi a risada quando ela se virou bruscamente pra pegar o celular, quando viu que não tinha nada no celular, me fuzilou com os olhos ai eu não aguentei mais, ri até chorar.
- eu vou te matar Fernanda. - disse visivelmente irritada
- eu tava brincando gatinha. - consegui dizer entre os risos
- FODA-SE. - gritou e tacou o celular no chão
Fui cessando o riso aos pouco , vendo o quanto ela estava irritada. Me virei pro lado e fechei os olhos, tentei dormir mas a única coisa que me vinha a mente era aquele puto sorriso lindo, custei a dormir, fui dormir quase as duas da manhã, pensei tanto no tom que estava quase surtando, cada vez que lembrava daqueles olhos me fitando.