Capítulo I

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1 ano depois

1 ano se passou desde o ocorrido entre mim, Brenno e Carolina. 1 mês após o término de nosso namoro ele assumiu pra toda a escola e família que ele e Carolina estavam noivos pois ela estava grávida, quando soube daquilo meu coração despedaçou mais ainda, se é que isso é possível, afinal de contas, aquilo era o que eu sonhava para a minha vida, mas infelizmente, não aconteceu como eu havia planejado. Eu tive que me mudar de colégio pois todos já sabiam que eu havia sido traída e isso me fez ser motivo de chacota para todos.

Querem saber como eu estou depois de tudo isso?

Eu simplesmente estou destruída, derrotada, minha vida não tem mais sentido, meu coração está em pedaços e por mais que eu tente refazer a minha vida, eu não consigo. Todas as noites, lembranças daquele dia me vem a cabeça e não consigo dormir. Na escola, todos me olhavam torto e cochichavam pelos cantos.

Eu sofri muito com o término do meu namoro, afinal de contas eu amava o Brenno mais do que a mim mesma, foram dias trancada dentro do quarto só chorando, eu não comia, não saía de casa e já não sentia mais prazer em fazer as mesmas coisas que eu fazia antes. Saber que tinha entregado meu coração a pessoas erradas foi muito doloroso.

Meus amigos me viraram as costas, eles diziam que eu só queria chamar a atenção, que era frescura minha ficar derramando lágrimas por causa de um garoto, mas na verdade eu estava sofrendo, só que ninguém entendia a minha dor, ninguém entendia o meu sofrimento, ninguém me entendia, as pessoas só sabiam me julgar e dizer que era drama, os únicos que se preocuparam comigo foi a minha família.

Minha família tentou me ajudar, já tentaram me levar em um psicólogo, mas eu me recusei e por ser maior de idade eles não puderam me forçar, será que eles não entendem que eu não quero ajuda? Eu não preciso de ninguém sentindo pena de mim. Eu só quero morrer, essa é a única solução para a minha vida, meus pais já tem problemas demais para se preocupar e eu não quero ser apenas mais um fardo na vida deles, mas isso vai mudar uma hora.

Há alguns meses eu venho tentando matar essa dor que existe em mim, eu comecei a me cortar e a cada dia que se passava os cortes se tornavam mais profundos igual a minha dor, os cortes que eu fazia em meu pulso não me mataram, mas todas as vezes em que aquela lâmina tocava minha pele eu me sentia melhor.

Na primeira tentativa de acabar com essa dor, eu estava viajando com meus pais e meu irmão na semana santa e aproveitei um momento onde não tinha ninguém por perto e tentei me jogar da sacada do hotel que estávamos hospedados, mas não consegui fazer isso pois me faltou a coragem.

Na última vez que tentei fazer isso, eu saí de casa com a certeza que aquele seria meu último dia viva, eu fiquei esperando o sinal que estava fechado abrir, quando o sinal abriu eu me joguei na frente de um carro que me atingiu em cheio. Eu fui para o hospital, quebrei o braço, fraturei duas costelas, e tive alguns ferimentos no rosto, mas não o suficiente para me matar, meus pais acharam que eu havia sido atropelada, e eu os deixei pensar dessa forma.

Mas será que eles não entendem que eu não quero mais viver? Eu quero dar um fim a minha vida, eu já não aguento mais sofrer calada, eu já não encontro mais sentido para a vida. Eu sei que meus pais e meu irmão irão sofrer com a minha partida, mas eles vão superar.

Há mais ou menos 6 meses eu comecei a escutar vozes e elas só falam tudo aquilo que se passa na minha mente, elas me dizem que eu sou um fracasso, que eu sou um lixo, que eu não tenho valor algum e isso me deixa cada vez mais destruída.

Antes de partir para o destino onde darei fim a minha própria vida, me levanto da cama vou até a escrivaninha do meu quarto, pego uma caneta, meu caderno e começo a escrever:

"A você que encontrou essa carta peço que leia ela com bastante atenção. Provavelmente eu já não estarei mais aqui quando encontrarem essa carta, mas desde já quero pedir desculpas por tudo, desculpem-me por ter desistido da vida, mas eu já não aguentava mais. Há 1 ano eu convivo com uma dor que apunhala a minha alma de forma cruel e isso tem me destruído.

A culpa não é de vocês, na verdade acho que a culpa não é de ninguém, mas sim minha, a culpa é minha por ter sido cega em acreditar que a vida é um mar de rosas, a culpa é minha por te entregado o meu coração a pessoas que pisaram nele e pouco se importaram em como eu ficaria.

A vida, pra mim sempre foi interessante, eu sempre sonhei em estudar, ter uma carreira, formar uma família, e viver feliz para sempre igual aos contos de fadas, mas tudo fugiu do meu controle, é como se uma tempestade tivesse invadido a minha alma e levado todos os meus sonhos junto com ela. Hoje eu fico me perguntando o que eu fiz pra merecer isso? Será que falhei como ser humano? Bom eu não sei.

Na escola eu só era a garota nerd que namorava o popular capitão do time de futebol, esse sempre foi o meu título, que eu odiava, as pessoas nunca se aproximavam de mim por vontade própria, mas sim para satisfazer seus próprios interesses. Amigos? Eu achava que eu tinha amigos, mas no momento em que eu mais precisei deles, me viraram as costas. Eu sempre fui a tanto faz, a segunda opção, a única que corria atrás para ajudar, mas quando eu precisei de ajuda ninguém estava lá.

Eu perdi o sentido de viver, eu já não tenho mais prazer na vida. Eu acordo desejando nunca ter acordado e eu durmo desejando ser a minha última noite, isso quando cenas daquele dia não me veem a mente e eu passo a noite em claro. Eu já não sinto mais vontade de levantar da cama, eu não tenho mais vontade de sair de casa, por mim eu passaria o dia inteiro dentro do meu quarto longe de tudo e de todos, essa é a famosa depressão que me assola há cerca de 1 ano.

Você devem estar se perguntando, mas e o sorriso que ela carrega no rosto? Eu sorrio, mas não por estar feliz, eu sorrio para não ter que explicar para ninguém a tristeza que existe dentro de mim, sorrio para não ter que escutar as pessoas dizendo que é frescura o que eu estou sentindo ou que eu estou querendo apenas chamar atenção, eu tento esconder o que sinto, mas não é fácil me sentir um lixo todos os dias.

Pai, mãe, eu não demonstrava o que eu sentia, pois vocês já têm problemas demais para se preocupar, eu não queria ser apenas mais um problema para vocês, então eu sempre agi como se tivesse de boa. Vocês não sabem, mas eu tentei me matar duas vezes, a primeira vez foi quando viajamos para Porto Alegre na semana santa e ficamos hospedados naquele hotel, eu subi até a sacada e tentei me jogar de lá, mas me faltou a coragem pra fazer isso. Na segunda tentativa, foi há 4 meses atrás quando eu fui atropelada, na verdade não foi um atropelamento, eu me joguei na frente daquele carro para acabar com essa dor que está me corroendo, mas infelizmente, eu sobrevivi a tudo isso.

Rafa, lembra daquela vez que você entrou no meu quarto, em um dia que esqueci a porta aberta? Quando você entrou e viu o meu braço sangrando e perguntou se eu me cortava e eu disse que havia me machucado, me perdoa por ter mentido, na verdade já faz algum tempo que eu mutilo meu corpo para acabar com essa dor que existe em mim.

Pai, mãe, eu amo vocês e peço perdão por todas as vezes que vocês tentavam entender o que estava acontecendo comigo e eu não permiti, me perdoem por não ter contado a vocês como eu estava me sentindo. Rafa, meu irmão querido, eu te amo muito e saiba que eu sempre vou te amar. Eu sei que você sempre tentava me ajudar, me aconselhava a não desistir da vida, mas infelizmente a dor que está dentro de mim tomou o controle da minha vida e venceu essa guerra que existia aqui dentro, peço que me perdoe e nunca se esqueça que eu te amo.

Me perdoem, sinto muito por tudo, mas me cansei e quero dar um fim a minha dor.

Quero paz!

Capítulo com 1492 palavras

Sejam bem vindos ao meu conto. Espero de coração que você leia isso e seja transformado através dessas palavras.

Não importa onde você parou, em que momento da vida você parou ou talvez até tenha desistido, saiba que sempre é possível recomeçar.

Você é necessário! Você é importante! Você tem valor! Você é mais forte do que imagina! Fique vivo!

Ligue 188 se quiser desabafar com alguém ser ter medo de ser julgado(a).

Ainda há EsperançaWhere stories live. Discover now