Naquela noite, nós, assim como nos velhos tempos, apreciamos o calor um do outro e consolamos um ao outro. Naquela noite, mesmo que ele não tenha escutado, me confessei. E com isso pude sentir um dos melhores sentimentos, o amor sem medo.

Não importa se ele não sentir a mesma coisa, eu não irei desistir dele, não desistirei do seu calor nem de sua voz. Não desistirei de Dilan Peterson.

Mas agora, com ele acariciando minhas costas e respirando calmamente em meu ombro, acho que posso ter um pouco de esperança.

Porque em uma noite noite fria, eu descobri o que é ser aquecida pelas lágrimas de saudade de uma pessoa. Em uma noite fria, eu e Din choramos nos braços um do outro.

Porque naquela noite, a lua foi testemunha do nosso amor.

— Din – O chamei. Não sei há quanto tempo estamos assim, nos braços um do outro, mas sei que por mim, poderíamos ficar a noite inteira desse jeito. — Din? — Afastei nosso corpo e encontrei seus olhos brilhantes. — O que foi? – Meu coração se partiu ao ver ele soluçando. Passei a ponta dos dedos por seu rosto, tentando secar suas lágrimas.

— Foi minha culpa, Lory. – Ele estava desmoronado. Sua voz era quase irreconhecível e ele chorava cada vez mais. — O Stephan... Ele... – Din não conseguia nem completar uma frase por causa dos soluços. Voltei a abraçá-lo com força.

— Se acalma. – Levei minhas mãos até seus cabelos e os acariciei. Meu coração estava descontrolado, e eu apreciava os fios finos entre meus dedos. — Eu estou aqui com você. – Sussurrei calmamente para ele. O telhado ficava cada vez mais frio e eu podia sentir o menino tremendo em meus braços. — Eu estou aqui para você. – Ele respirou profundamente em meu ombro, tentando se acalmar e, aos poucos, seu choro cessou.

— Obrigado. — Murmurou contra minha pele. Sorri com isso e deslizei minha mão até seu pescoço.

Afastei nossos corpos e sustentei seus olhos tristonhos. — Isso é por ter parado de chorar. – Mantive minha mão em seu pescoço e, num movimento rápido, beijei sua testa com carinho. Voltei a encarar seus olhos, agora intensos. — E isso é por ter molhado minha blusa. – Dei um peteleco na mesma, arrancando uma risada gostosa dele.

— Você também molhou a minha. – Ele deu um na minha testa e eu acabei rindo junto.

Ficamos em silêncio, apenas rindo e apreciendo o som da risada um do outro.

Era bom e reconfortante.

Admirei seus olhos castanhos com o coração abalado. As risadas cessaram, dando espaço para uma atmosfera leve.

— Lory – Din me chamou, logo depois estalando o pescoço. Observei seus traços esperando ele terminar sua fala. Porém, quando sua mão foi parar em meu queixo, não consegui pensar em mais nada. — Isso é por você estar aqui. – Seus lábios quentes tocaram minha testa, causando um longo arrepio por meu corpo.

Me perdi em seu toque morno.

— E isso por ser minha estrela. – Seus braços voltaram a cobrir meu corpo, num abraço mais calmo e tranquilo.

Meu peito latejava e meu coração batia rapidamente. O abracei de volta, me sentindo embriagada com esse amor.

Eu o amo tanto.

— O certo é mestra. – Disse de forma brincalhona logo ao nos separarmos, o fazendo rir. — Não se esqueça disso, baixinho. – Baguncei seus cabelos, mas, diferente de antes, ele pareceu não se importar pois uma risada feliz ocupou todo espaço.

Talvez papai esteja certo, talvez estejamos amadurecendo. E eu fico feliz por estar acontecendo isso com ele ao meu lado.

Estamos crescendo juntos novamente.

Você Cresceu [✓]Where stories live. Discover now