- Se eu estivesse fazendo com a Emily, ela não falaria a mesma coisa. - Comentou rindo e eu juntei as sobrancelhas. - Ela é muito perfeccionista, iria me matar por causa dessa imagem torta. - Apontou para o papel que eu tinha cortado, e eu acabei rindo.

- Que coisa mais cruel de se falar. Estou dando meu melhor. - Brinquei estufando o peito, e o louro riu.

- Eu sei. - Mordi os lábios e ele continuou. - Nos conhecemos graças a esse detalhe da personalidade dela. - Seu rosto brilhava e ele parecia se lembrar de algo nostálgico. - Aquele dia foi muito engraçado. - Revelou sorrindo.

Uma brisa calma passou por nós e eu admirei a grama verde banhada pelo sol.

- Como foi? - Indaguei voltando a colar as imagens. Ben riu discretamente e tirou as imagens de minhas mãos.

- Deixa que eu faço isso. - Minhas bochechas queimaram ao perceber que estava tudo torto. Me desculpei de maneira baixa e ele apenas continuou ajeitando as imagens. - Eu estava ajudando os novatos. Estávamos colocando cartazes pela escola, quando de repente, uma menina chegou falando que estava tudo torto e saiu tirando tudo. Eu fiquei bem irritado e fui falar com ela. - Ele parou por um momento e começou a rir. - Ela é baixinha e não conseguia colar as coisas, então, eu tive que fazer isso. Lembro-me até hoje como ela ficou vermelha. - Rimos juntos. Imaginar Emily ficando na ponta dos pés para colar algo é bem engraçado. - Começamos a nós encontrar várias vezes no grêmio e eu acabei me apaixonando. - Seu olhos brilhavam e ele parecia feliz.

- Essa é um história bem exótica. - Admiti rindo e ele me seguiu. - Mas acho que o diferente sempre é melhor. - Apreciei o sol quente que banhava minha pele. Devo pegar sol mais vezes, estou muito pálida.

E então, a conversa que eu e Din tivemos sobre a praia veio em minha mente. Uma conversa a breia da praia sobre sentimos...

Sentimos do Dilan por mim.

Será que tem algo a mais que amizade? Acho que amigos também choram um pelos outros.

- Lory! - Uma pessoa abraçou meu pescoço me tirando de meus pensamentos. Segurei seus braços já sabendo quem era. - Como é bom te ver aqui. - Senhora Suzana sorriu para mim. Seus fios castanhos permaneciam perfeitamente alinhados e seu sorriso continuava lindo.

- Obrigado. - Retribui timidamente. - Não sabia que a senhora estava aqui. - A mesma se sentou ao meu lado e segurou minha mão.

- Eu estava no trabalho. - Ela me encarou e depois fitou Benjamin. - Trabalho da escola? - Perguntou apontando para o cartaz. Benjamin e eu concordamos. - Que saudades dos tempos da escola. - Contou admirando o céu e parecendo pensativa. - Bem, mas isso não importa agora. - Contou calmamente. Seus olhos correram pela mesa e ela encarou o louro incrédula. - Você ofereceu algo para a Lory? - Indagou, e Ben assentiu com a cabeça.

- Água. - Tive que morder o interior das bochechas para não rir com seus olhos arregalados. - O que foi, mãe? - Benjamin parecia assustado e eu quase deixei escapar uma risada.

Suzana semicerrou os olhos para o menino e logo se levantou.

- Vou trazer um lanche para vocês. - Afirmou sorridente. - Ah - Murmurou voltando para perto de nós. - Onde está seu irmão? - Benjamin ajeitou os fios bagunçados e mostrou o celular para a mãe.

Não pude evitar de sorrir quando vi uma foto onde Dilan brincava com filhotes de cão.

- Me manda essa foto. Vou mandar para a vó dele. - Pediu animada. - Olha como meu filhinho está fofo. - Ela tirou o aparelho das mãos de Benjamin e colocou na minha frente. - Você não acha que ele está lindo, Lory? - Pisquei, sentindo minha bochechas arderem. O pior de tudo era que ele estava incrivelmente lindo, seus olhos brilhavam e seu sorriso era como uma flecha em meu coração.

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