Parte 3

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Havia algo que ela deveria fazer. Havia alguém que a conhecia, que sabia o que ela deveria estar fazendo. Ela podia sentir ele puxando-a, como se ela fosse um balão em uma corda tênue. Ela estava afastando da superfície refletora negra na qual ela não podia ver nenhum rosto e ela se deixou ser levada. Então ela estava em uma sala com um garoto alto e magro, com cabelos desarrumados que andava de cima a baixo, brincando com um isqueiro vazio, uma pequena criatura perseguindo-o, atacando seus calcanhares.

-Livvy! O garoto disse. Quando ele disse isso, ela reconheceu a si mesma nele. Ele era bem alto agora. Dificilmente um garoto. Não que ela estivesse ficando menor. Só que ele estava crescendo, continuaria a crescer e ela estava morta. Isso era tudo.

-Ty, disse ela.

-Você Sumiu o dia todo, disse ele

-São três da manhã. Fiquei acordado porque fiquei preocupado. Parecia que você estava. . bem, longe. Parecia que havia algo. . . errado.

-Não tinha nada errado - disse Livvy.

-Eu simplesmente não consegui entrar em Idris. Mas acho que estava de fora, de alguma forma. Do lado de fora das barreiras. Eu ouvi pessoas conversando. Zara e Manuel. Eles estavam checando as barreiras e conversando.

- Falando sobre o quê? perguntou Ty.

Ele se sentou em sua mesa e abriu seu caderno.

-Principalmente sobre como eles estavam com fome. Mas acho que eles têm uma maneira de nos espionar. Bem, não nós, mas você sabe. Eles podem espionar todo mundo aqui fora de Idris. E eles estão planejando algum tipo de ataque surpresa.

-Quando? disse Ty, ocupado, escrevendo.

-Eles não disseram. E 'ataque surpresa' está exagerando. Eles mencionaram de maneira vaga que, quando nos atacassem, ficaríamos realmente surpresos e, então mortos. Porque eles acham que são super incríveis e tudo o que fazemos é sentar e comer croissants deliciosos. E então eles terminaram de checar as barreiras e foram embora e eu não conseguia ouvir mais nada.

- Ainda assim disse Ty.

-Essas são duas informações. Devemos ir contar a alguém. Eu poderia contar a Ragnor. Ou Catarina.

-Não, disse Livvy.

-Fui eu quem descobriu. Eu quero ser quem deve contar. Eu vou encontrar Magnus e dizer a ele. Helen não disse em sua última carta que Magnus estava passando um tempo no Instituto de Los Angeles?

Ty não olhou para ela.

-Sim, ele disse finalmente. Isso parece justo. Você deveria ir. Só Livvy?

-O que ?, ela disse.

-Enquanto você estava fora, ele disse,

-Você se sentiu diferente? Você sentiu algo estranho?

Livvy considerou sua pergunta:

-Não, ela disse.

-Escreva isso no caderno. Que eu não senti nada de estranho. Você não precisa se preocupar comigo, Ty. Eu estou morta. Nada de ruim pode acontecer comigo agora. Irene estava na cama de Ty agora, com a perna estendida enquanto se lambia. Seus olhos dourados permaneciam fixos em Livvy. Eles diziam, eu pertenço a você?

-Você e Irene se cuidar enquanto eu estiver fora?, Disse Livvy.

-Você está indo agora?, Disse Ty. Ele fez uma careta como se o pensamento estivesse lhe causando desconforto físico.

-Não espere, disse Livvy e então a sala ao seu redor se foi e ela estava mais uma vez em pé na praia ao lado do Instituto de Los Angeles, o sol se pondo sob as ondas escuras do Oceano Pacífico. A agitação da água na areia estava errada de alguma forma.

O Mundo PerdidoWhere stories live. Discover now