Entendo... — disse ele após algum tempo em silêncio. — E se você saísse hoje, vai me dizer que não teria a curiosidade de ir vê-la? Saber como ela está?

Caralho, mas é claro. Era o que eu mais queria, porém não podia.

Soltei uma respiração profunda fazendo minha cabeça latejar. Me deitei de volta no chão mas não consegui reunir forçar para voltar a fazer exercícios, apenas fiquei olhando para o teto branco.

— Eu espero que ela esteja feliz, porque ela merece ser muito, muito feliz. E por mais que doa, espero também que ela tenha me esquecido, que esteja com um cara legal e não com um babaca feito o Jeremy, ou... Eu.

E eu não queria testemunhar isso de forma alguma. Saber ou imaginar, era muito melhor do que enxergar com meus próprios olhos ela sendo feliz com outro homem.

— Cuidado para não se arrepender. Porque mesmo que ela queira te esfaquear, com o tempo você pode acabar reconquistando-a.

— Agora você virou conselheiro amoroso, Rick? — zombei.

— Vai se ferrar! Eu só estou dizendo que a sua princesa poderia entender o que te levou a fazer o que fez. Pensando bem, foi gentil da sua parte pensar exclusivamente na felicidade dela. Por mais que tê-la deixado ir sem se despedir deve ter doído pra caralho nela.

— Você não está ajudando ao me lembrar disso.

— É sério, cara. E se ela estiver solteira? Não vale a pena lutar por ela não?

Mesmo que a pergunta de Rick tivesse mexido comigo, não fui possibilitado de responder, uma vez que a grade da cela foi aberta. 

— Hugh Mikhail, me acompanhe. — disse o policial acompanhado do carcereiro.

Olhei para Rick, confuso e os segui pelos corredores escuros. Dois minutos depois, estávamos dentro de uma sala cheia de caixas com o que aprecia ser os pertences dos presos.

— Você está solto. Seu advogado trouxe provas de que você não matou Freddie Walter. — meu coração errou um batida.

— O que?! Que advogado? — questionei com as mãos suadas.

— Ele disse que foi contratado por Zarah Leirner. Ele pode te explicar tudo depois, estão esperando por você lá fora, ande, pegue suas coisas.

Fiz o que eles mandaram, não sabia se sorria ou se continuava confuso. Eu nem acreditava que depois de dois anos eu estava finalmente livre, isso tanto me alegrava quanto me assustava. Troquei de roupas, peguei meus pertences e antes de sair, pedi algo ao carcereiro.

— Eu poderia me despedir do Rick, antes de ir?

— Nada mais que um minuto. — assenti e fui acompanhado até a cela.

— Rick, minha madrinha arrumou um advogado e conseguiram provar que não matei o Freddie. Acabaram de me liberar.

— Caraca, isso é ótimo. Daria tudo para estar no seu lugar agora. Tenha juízo, tá legal? Esqueça a vingança, veja só o que isso fez com você. — ele se levantou e me abraçou.

— Valeu por sempre querer me mostrar o lado bom das coisas, mesmo quando eu cabeça dura não queria ouvir sua ladainha.

— Vai lá. Não se esqueça o que estávamos conversando agora pouco. — eu acenei com a cabeça e me virei para ir.

Por incrível que pareça, eu havia feito amizade com todos os caras exatamente pela minha forma fechada de ser. Quando eu passei pelos corredores, todos me aplaudiram e me desejaram o melhor, mesmo aqueles que estavam presos pelos crimes mais horrendos.

O Amor De Um Viking (Concluído)Where stories live. Discover now