Capítulo 23.

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O menino se levantou e ficou ao lado de Molly.

— Não se preocupe. - Ele passou as mãos pelos ombros da pequena menina e beijou seus cabelos. A criança sorriu com o gesto e segurou sua mão. Dilan a levou até o sofá.

— Eu também vim aqui porque queria sua ajuda. - Mordi os lábios e me sentei ao seu lado. — Eu, Din e Tessa, estamos fazendo uma arrecadação para conseguir fazer abrigos para animais de rua. - Ela segurou minha mão. — Precisamos de mais pessoas, e o tio Dilan disse que você é uma boa pessoa. - Ela parou por um minuto. — Você nos ajudaria? O frio de Umbrella City mata muitos animais e nós queremos mudar isso. - Seu rosto emanava expectativa e pude sentir suas mãos frias.

Não pensei nem por um minuto antes de responder.

— Claro. - Disparei rapidamente e ela sorriu. — Também falarei com mais pessoas. Certeza que elas vão ajudar. - Fitei Dilan e seus olhos me observavam com um brilho indecifrável. — Eu vou ajudar. - E então abracei a pequena menina. Seus braços quase não conseguiam cobrir o meu corpo.

Eu não acredito que cheguei a ter raiva dessa pequena criança que possui um coração tão grande.

— Obrigado, tia Lory. É muito bom saber disso. - Seu sorriso era sincero e feliz. - Se você não se importa...

Meu peito voltou a doer quando ela colocou as mãos em meu rosto.

— Seu nariz é muito bonito. - Comentou depois de tocar o mesmo. Um sorriso espontâneo dominou meus lábios e eu agradeci. - Isso é uma cicatriz? - Juntei as sobrancelhas e toquei o tal lugar. Acabei rindo quando percebi o que era.

— Não. - Respondi. Din começou a rir também. - É recheio de rosquinha seco. Acabou grudando no meu rosto. - E então todos na sala começaram a rir.

— Filha, que coisa mais porca. - Mamãe comentou de forma brincalhona me fazendo corar.

— Não mesmo. Eu sou limpa. - Rebati e todos voltaram a rir. - Sem graça, isso. - Escondi meu rosto com as mãos e me encolhi no sofá.

— Nós sabemos. - A voz divertida de Din preecheu meus ouvidos, para logo eu sentir seus ombros empurrando os meus de leve.

— Eu não sei de nada. - Disparou Tessa.  A encarei seriamente e ela me enviou um beijo no ar e então voltou a mexer no celular.

— Vocês querem algo? - Mamãe indagou ao se levantar e Tess fez o mesmo.

— Tem doce? - Sorri ao ver o rosto brilhante de Molly. - Se tiver, por gentileza, eu vou querer. - Mamãe acabou rindo e então segurou sua mão, a levando até a cozinha.

Dilan estalou o pescoço e se ajeitou no sofá. - Desculpa. - Seus cotovelos se apoiaram nas pernas e ele limpou a garganta. - Fui imaturo em relação ao Trevor. Eu apenas fiquei com medo de ele fazer algo com você. - Seus glóbulos sustentaram os meus e então voltaram a encarar o enfeite de gato a nossa frente.

— Sem problemas. - Revelei depois de perceber que ele esperava que eu falasse algo. — Mas você não deveria ter ido embora daquele jeito. Você sempre faz isso. - Mordi o interior das bochechas e relaxei no sofá, mas logo meu corpo ficou em alerta quando seus ombros tocaram os meus. — I-isso é bem chato. Às vezes parece que você espera que eu adivinhe o motivo da sua repulsão. - Gaguejei mesmo tentando falar sério, o que tirou uma risada abafada dele. — É sério, Dilan. Quando falei que Trevor nem é meu amigo eu falei sério. - Cruzei os braços e bufei, mas não estava irritada de verdade. Apesar de tudo, eu fico feliz em tê-lo aqui.

— Desculpa novamente. - Ele jogou a cabeça para atrás. - Eu não sei agir quando fico irritado ou decepcionado. - E então seus olhos prenderam os meus. Admirei a imensidão daquele castanho claro.

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