O exato momento que eu me perdi de mim

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Depois de toda a confusão inicial na minha cabeça, e várias conversas precipitadas e sem sentido, marcamos um encontro. Tu viria me encontrar, mesmo morando em outra cidade.
Tu seguia com aquela menina do festival, e eu sabia disso, mas não ligava nem sequer por um segundo para o que ela sentia por ti. Sai da aula e fui te encontrar. Eu moro na mesma cidade a vários anos e nunca gostei de exposições, então nós nos enfiamos em um canto escondido.
Nosso beijo foi elétrico, uma corrente de sensações percorrendo o meu corpo. Tu me pedindo para ficar mais e mais perto, querendo os meus lábios com a mesma intensidade que eu queria os teus.
Neste dia nossa breve história começou, breve porque a última vez que eu te vi foi em janeiro ou fevereiro de 2016.  Mas eu sinto até hoje, como se tivesse acontecido ontem.
Depois desse dia fizemos várias coisas erradas, histórias que merecem ser contadas separadamente, mas foram as coisas erradas mais certas da minha vida. Todo o meu arrependimento se dissolve no gosto do teu beijo. Eu te amo, com todas as células do meu ser, e eu te odeio por isso.
Te odeio por me fazer me perder de mim mesma, como eu prometi que jamais faria. Te odeio por me tornar autodestrutiva, por me fazer perder o foco da minha própria vida.
Levei um ano para parar de fumar depois que tu saiu da minha vida num rompante que me quebrou em mil pedaços. Hoje, dois anos depois, escrevo estas palavras desejando um cigarro nos lábios, como se isso fosse te trazer de volta para mim.

Desventuras do AmorWhere stories live. Discover now