Pássaro

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Em meu peito reside um pássaro
que perdido em seus próprios dilemas
prefere ficar quieto, estagnado,
refém do que vier primeiro.
Ele teme ser enjaulado
e ter seus dias massacrados
por indigestos grãos de quem aprisiona,
e exige gratidão por mantê-lo vivo.
Ele teme voar
pois a altura lhe dá vertigem
e seu corpo é fraco e frágil,
e certamente seria castigado pelo vento.
Suas penas não são belas
seu cantar é torto.
Como voar ou se entregar à gaiola
se em sua essência é tudo tão abstrato?

Poeta ReformadoWhere stories live. Discover now