— Mas não era só esconder antes de ir falar com ele? — eu realmente não estava entendendo.

— Uma pessoa desse tipo conhece tudo em sua pequena vila ou cidade, por isso preferi deixá-la antes de entrar na mata. — balancei a cabeça em compreensão.

— Ah, sim.

— Você fica aqui, escolhe um quarto para descansar um pouco enquanto isso.

— Você não vai se perder ou demorar muito, vai? — perguntei aflita com a ideia dele me deixar sozinha naquele lugar desconhecido.

Ele deu um sorriso de canto como alguém que entendeu errado o motivo da minha preocupação.

— Eu não demoro princesa. — fiquei parada de pé olhando ele virar as costas.

Foi tão estranho vê-lo indo para longe, eu me senti automaticamente triste, eu sabia que Hugh voltaria mas não consegui evitar o estranho aperto no meu peito.

— Cuidado! — gritei. E volte logo.

Ele apenas sorriu de volta e começou a correr mata a fora debaixo de chuva.

Decidi então fazer o que Hugh havia sugerido, pedi um quarto apenas para eu deitar um pouco em uma cama e sinceramente eu esperava de coração que não tivesse nenhuma barata no lugar pois meu herói matador de baratas não estava lá para me socorrer.

Subi as escadas com o queixo batendo de frio, abri a porta do quarto com resquícios de hesitação mas constatei que não havia insetos, então entrei. A cama estava muito convidativa e era grande, rapidamente tirei minha sandália, coloquei a bolsa perto da cama e me deitei com o celular em mãos.

Coloquei uma música aleatória e fiquei pensando em Hugh Mikhail. A medida que o tempo passava, eu me dava conta de que só faltavam quatro dias para minha partida e tinha certeza que nunca mais nos veríamos, a não ser quando ele fosse para minha casa na Califórnia, já que foi esse o trato que fizemos para que ele me deixasse ficar na casa dele quando cheguei na vila.

Eu sabia também que ele estava escondendo alguma coisa de mim e não conseguia evitar a preocupação porque cada minuto que passava eu sentia que meu sentimento por ele crescia, o que era ridículo visto que nunca me deu esperanças ou ilusão de acontecer algo entre nós algum dia.

Como podia esquecer o episódio do banheiro? Só de lembrar minha calcinha ficava úmida, ele me deu meu primeiro orgasmo, me beijou como nunca ninguém o fez e... Ele era simplesmente ele. Sincero, grosseiro, gentil, lindo, gostoso, e bipolar. Eu estava apaixonada e ferrada.

Uma hora se passou e nada dele voltar, e se ele não voltasse? Ele seria tão ruim a ponto de me abandonar em uma hospedagem no meio do nada? Mais meia hora se passou e uma sensação de desconforto cresceu em meu estômago. Ele não teria coragem, mas mesmo assim o pânico era inevitável.

Desci até a recepção, conversei um pouco com o rapaz simpático, voltei ao quarto, o dia estava começando a escurecer, a chuva a diminuir e nada dele voltar. Me sentei na cama  e abraçando meus joelhos comecei a chorar. Eu estava preocupada e aflita, eu sabia que era exagero mas não consegui segurar. Até que finalmente a porta do quarto foi aberta, eu rapidamente tratei de disfarçar e secar minhas lágrimas.

— A porcaria do pneu da moto rasgou! — reclamou retirando sua jaqueta de couro quando olhou para mim e me viu com os olhos vermelhos. — Diana, aconteceu alguma coisa? — tirou minha não bruscamente do meu rosto que eu tentava tampar.

— Não, claro que não. — menti.

— Por que está assim então? Claro que aconteceu algo. Você está chorando? Ninguém chora por nada. Fala para mim, o que houve? — sentou-se na beirada da cama.

O Amor De Um Viking (Concluído)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora