He trusted the language too much

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06:00 da manhã

-Aí!

Só essa manhã descobri que conhecia pouco a dor de cabeça, sério mesmo, aquela sinfonia dolorosa que eu sentia no topo do meu corpo não fazia parte de nenhuma memória minha ou ao menos do meu senso comum.

-caralho, oque eu fiz ontem?! deveria me preocupar com essa dor no quadril?

Como um louco esquisofrênico, eu ecoava minha voz estridente pelo quarto todo, roupas, roupas, roupas e mais panos jogados por todo cômodo, mas algo chamava a minha atenção, não diretamente foi mas coisa do instinto, havia exatamente três obras primas perdidas naquele lixão, minha mãe acertou muito sobre mim, tinha que prestar menos atenção nas paisagens e focar mais nas pessoas, ela só não avisou que eu teria sorte ao fazer isso, caso disse-se antes teria abusado desta arte mais cedo. Entenda a minha situação, amarrado na cama, algemas da qual não faço ideia o paradeiro das chaves, arranhões por todo corpo, olhar preciso mas falhado e uma forte vontade de correr.

-puta que pariu! alguém desliga esse despertador logo, não tenho paz nem no meu velório?

Shh, tô de ressaca!
Enquanto meu médico interior não encontrava tratamento pra aquele fenômeno psicológico, eu decidi agir logo, meus pulsos estavam se aparentando a uma aurora, avermelhado com tons de roxo, meu peito seguia da mesma aquarela, só que menos sútil, chupões até o menor pixel da minha carcaça, estava um trapo, só queria alguém pra me desmontar logo, óh Deus, cansado de admirar a minha luta com meu próprio "filho", ele não se decidia entre ficar de pé ou tirar uma tarde de sono, acordar de pão duro é foda.

-aquilo é um cintaralho?!, tenho que sair daqui!!!

Obrigado pela hospitalidade mas tenho que ir, sabe como é, nunca tive um pico de adrenalina tão denso, arrebento as amarras, no meio da bagunça percebo o quão sortudo eu fui na noite passada, caraca, três beldades no chão do meu quarto, sim, eu estava em casa, só me toquei deste detalhe quando meu pau amoleceu, foi quando a teimosia voltou e eu prestei atenção ao redor, minhas camisas, o silêncio do meu violão me lembrava da minha dor árdua na cabeça de cima, ressaca, persiana fechada na glória do senhor, sinceramente o sol não me agradava naquela situação, meu banheiro, foi então que confirmei que o meu lar estava um caos, encaro aqueles acessórios e não me pergunto oque fiz, pois a lágrima já corria pelo rosto dizendo a resposta.

-cadê o meu cartão?, aquilo é o meu....o minha filha pra que esquentar ele......pode ficar!

Descia a escada me perguntando aonde tinha encontrado aquelas pessoas, o meu círculo de amigos não tinha essa expansão, sério, eu não abri o meu guarda-roupa depois de escutar: "to quase lá!", sabe, preferi não estragar o momento, memórias são importantes, entrando na cozinha com dificuldade eu cogitava a opção de ser órfão, gritava, sussurrava, rezava mas nada da minha mãe parecer, que abuso de sua parte, deixar um filho sozinho nesta situação, enquanto eu clamava pela presença daquela que me deu à luz, procurava pela casa as minhas roupas, não ligo que usem, mas tingir elas com branco não se encaixava na ideia, barriga vazia, lábios secos, corpo dolorido eu vagava pela cabana só me segurando pra não retornar pro calor daquela cama.

10:00 da manhã

-alô, sim é ele, viajou pra onde?!..

-alô, sim é ele, viajou pra onde?!

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⏰ Last updated: Jul 20, 2019 ⏰

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