Capítulo 5 - Estamos todos normais agora, ok?

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Lorenzo

Maitê já estava enchendo saco com essa desconfiança toda. Ela não precisa desconfiar. Ela não tem que desconfiar. A vida já não está boa? Mas eu consegui dar uma saída disso tudo. Não podia deixá-la descobrir que não fui resolver coisa de futebol nenhuma, e sim conversar com sua mãe. Marcamos de nos encontrar quartoze horas, num Starbucks próxima do meu serviço. Comentei à ela que Maitê iria tentar descobrir, e não pararia até saber de tudo. Mas a mesma disse que conhece a filha, em um mês ninguém dando motivo, ela esqueceria. Deixamos combinado que tudo que fôssemos conversar seria por mensagem, estava sendo arriscado na casa. Minha namorada é esperta, quero só ver como isso vai terminar.

Então, quando Maitê saiu, fui tomar um banho, coloquei um short velho de ficar em casa, dei uma passada de pente no cabelo e desci para jantar. Já estava tarde, mas para minha fome não tem hora. Camila havia deixado panquecas no forno, ninguém janta mais comida nessa casa não? Então, meu pai chega.

-Isso é hora, senhor Enzo? –Sim, meu pai deu uma versão maior do nome dele pra mim.
-Vai me controlar agora é? –Falou brincando. –Estava com Vanessa, aliás, este fim de semana ela virá jantar conosco, chame Maitê.
-Então quer dizer que o velho tá se envolvendo mesmo com a Vanessinha? –Brinquei, dando uma mordida na panqueca.
-Velho é você. Somos jovens ainda, dá para fazer acender alguma coisa.
-Ih pai, nem começa, xô com esses papos homem. –Falei, peguei mais uma panqueca que estava sob a mesa, junto da Coca e fui para a sala. Meu pai subiu pro quarto, fiquei assistindo TV e depois capotei, amanhã sem fuga do serviço.

A mentira caminha comigoWhere stories live. Discover now