Sem Sentido - Capitulo XII

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— Corram!

Foi difícil identificar de quem foi o grito naquela ventania enorme. Gabriel segurou na mão de Henry e correram em direção aonde exatamente o ser estranho apagou sua luz brilhante. A pouca visibilidade que tinha dentro daquela floresta ajudou eles a se desviarem dos galhos das arvores. Após uns longos segundos intermináveis que não pareciam acabar mais, a ventania sessou, Gabriel e Henry poderem parar de correr, um se apoiou no outro, um de costa para o outro e foram descendo e sentaram-se no chão. Estavam com a respiração afobada pela corrida, Gabriel pode sentir através das costas de Henry o coração acelerado dele.

— Calma! Já passou! – falou Gabriel para Henry.

— Acabou nada Gabriel. A noite está apenas começando e já vimos que não estamos sozinhos nessa porcaria de floresta!

— Eu sei, sempre soubemos que nunca estaríamos sozinhos nessa floresta, mas eu estou aqui contigo não estou?

— Estar! Por quanto tempo?

— Como assim por quanto tempo?

— Não tente me animar Gabriel, sabemos que estão atrás de você e que não vão descansar até tê-lo.

— Não vou deixar isso acontecer.

Enquanto Gabriel batia na lanterna com a mão esquerda para tentar reacende-la, ele ouviu um pequeno sussurro e um soluço vindo de Henry. Gabriel conseguiu reacende-la e virou-se para Henry. Ele pegou nos ombros de Henry por trás e foi virando o corpo dele para ele, Henry obedeceu os movimentos de Gabriel e foi virando frente a frente para ele. Henry estava cabisbaixo, Gabriel pegou no queixo dele e levantou a cabeça dele, colocou a lanterna entre as pernas para que desse modo pudesse iluminar ambos os rostos. Viu que acabaram de ser derramada lagrimas do rosto de Henry. Ele não disse nada, apenas o abraçou. O aconchegou em seu abraço apertado e quente. Balançando o corpo para frente e para trás.

— Confesso para você que cheguei a ter um pouco de ódio de você quando cheguei à escola – lembrou Gabriel – Você me olhava tão misteriosamente, tão rigorosamente. Parecia que me odiava, parecia que queria minha cabeça como prêmio numa bandeja – ele deu uma pausa – E você foi o único no primeiro dia de aula que perguntou onde eu iria morar. Achei tão estranho. Até no dia em que estava eu e você naquela barraca, eu gritando por dentro para que você não estivesse ali dentro comigo. Você então falou, "Sou apaixonado por você". Não sei explicar o que sentir na hora, mais foi coisa boa. Pois eu pensava que você fosse um inimigo, uma ameaça, e naquele dia você passou de um inimigo para um garoto apaixonado. Achei tudo estranho e impossível de acontecer. Não sei se devo agradecer por aquele beijo no ginásio, mas foi isso que floresceu dentro de mim o que hoje eu sinto por você. Então... – beijou a testa de Henry – Peço que lute ao meu lado, você ao meu lado vai fazer com que eu me sinta mais forte. Não pense que se verá livre de mim tão cedo.

— Nem brinque com isso falando assim. Se eles conseguirem, eu morro junto com você.

— Isso não será necessário, pois não pretendo deixar com que eles vençam fácil isso e me separe para sempre das pessoas que amo.

— O engraçado Gabriel é que isso tudo me trouxe felicidade; meu pai te adora, sua família me adora também, eu acho. Só não sei como eles dariam com isso se eles descobrissem. – Henry afundou o rosto no peito de Gabriel – E tem outra coisa que eu acho estranho nessa história.

— O que?

— Nada a ver com você esses sequestros.

— Como assim?

Henry saiu do peito de Gabriel e limpou as lagrimas.

— Não é querendo insinuar nada Gabriel, mas pensa comigo. O Léo falou que isso pode estar sendo obra de alguém próximo, ou sei lá, coisa assim. Então, se esses sequestros fossem para te atrair, quem deveria estar lá hoje não era o Matheus nem o Caíque que não eram tão ligados a você, seria alguém de sua família, ou o Ryan que é seu melhor amigo, até mesmo eu que sou seu... Enfim. Você não acha isso estranho?

OS CONJURADORES - A MALDIÇÃO - LIVRO 1Where stories live. Discover now