— Oi filha! — Noah sorri pra mim.

— Oi meus velhos! — os provoco, beijando a bochechados dois.

— Noah, eu te falei que a gente deu muita liberdade pra essa garota. — Jack brinca, nos fazendo rir.

— Eu tenho que falar com vocês. É uma coisa séria. — falo, puxando uma cadeira para me sentar na mesa com eles.

— Não vai comer nada antes? — nego com a cabeça.

— Você está grávida? — Jack pergunta.

— Quê? Não! Eu tenho quinze anos! Que nojo! — respondo indignada.

— Bom assim, eu já ia capar o desgraçado. — pisca, tomando um pouco do seu café.

Abaixo minha cabeça, mordendo meu lábio envergonhada.

— Millie? — Noah me chama, me fazendo levantar o olhar. — Pode falar, filha.

— Eu simplesmente não sei como começar. — olho para Jack, e percebo que ele se segura para não fazer uma piada. — Vou falar do começo.

— Você sempre sabe o que eu vou falar, impressionante. — Jack fala, me fazendo rir.

— Não tem outro jeito de falar isso, então vou ser direta. Quando eu penso no amor, eu me imagino amando uma garota. — um silêncio se instala na mesa, me fazendo olhar pros dois com medo. — Gente?

— Graças a Deus, já estava com medo de você ser hétero. — Jack fala, com as mãos levantadas, como se agradecesse.

Suspiro aliviada, com um sorriso.

—Você tem alguém? —Noah pergunta.

— Eu gosto de uma garota, só que provavelmente não vai dar em nada.

— Por que? — Jack pergunta.

— Eu não sei se ela também gosta de garotas. — respondo, engolindo em seco, ao lembrar de uma coisa. — Aliás, ela vem aqui hoje fazer um trabalho da escola.

— Ótimo, assim aproveito para saber as intenções dela com a minha filha. — Noah fala sorrindo.

— Não ouse!

[...]

Olho no celular de segundo em segundo, para ter uma ideia de quando ela chega, até que escuto batidas na porta.

— Pode entrar. — Sadie entra com um sorriso no rosto. — Pontual. Tranca a porta!

Ela faz o que falo, e vem até minha cama, ainda sorrindo.

— Seus pais são legais. — fala, e sinto meu coração disparar.

Merda, merda, merda.

— Eles te falaram alguma coisa? — pergunto desesperada.

— O suficiente.

Estou tão fodida.

— Acho que precisamos conversar antes de tudo.

— Você acha? — pergunto como uma idiota.

Merda, Millie! Você não consegue agir normalmente perto dessa garota.

—Acho. — ela se senta na minha cama, de frente para mim. Sua mão vai para minha coxa, acariciando. Minha respiração acelera. — Você está nervosa?

— Tem algum motivo para ficar?

— Não sei, me fala você. — seu olhar atento em cada movimento que eu faço.

Sem conseguir sustentar o olhar, desvio para qualquer canto do quarto. Sua mão ainda em minha coxa.

— Vamos lá, Millie! Fala o que você quiser. Sem medo. — sua voz suave me chama. A olho novamente.

— Por que acha tanto que tem alguma coisa que me deixa nervosa?

— Porque eu não sou idiota.

Travamos uma troca de olhares intensos, e dessa vez, eu não perderia.

Você está no controle, Millie.

— Talvez seja. — ela levanta a sobrancelha.

— Você acha que eu sou? — dou de ombros.

Ela morde o lábio, me empurrando pelos ombros para deitar na cama, enquanto seu corpo fica no nível abaixo da minha barriga.

— Eu odeio quando os outros me fazem de idiota. —fala, me olhando, aumentando um pouco o tom de voz.

A puxo pela gola da blusa, fazendo nossos rostos ficarem na mesma altura. Ela morde o lábio inferior, encarando minha boca.

Okay, talvez ela seja e eu que sou a trouxa.

— Primeiro que você está na minha casa, no meu quarto, eu que mando aqui. Abaixa o tom de voz.

— Talvez você seja a idiota.

— Talvez eu seja.

— Eu percebi, Millie. — fala, sorrindo.

Quer saber? Que se foda!

— O que você percebeu? Que eu quero ficar com você? — ela sorri.

— Finalmente admitiu. Por que demorou tanto tempo?

— Porque eu não sabia que você gostava de garotas, mas agora... — sorrio.

— Agora?

— Do jeito que você está olhando para a minha boca, não tenho dúvida.

— É, talvez eu fique com garotas e queira te pegar. Mas você é muito lenta, Millie. Não faz nada. É um desperdício ter esse rostinho tão lindo sendo tão lerda.

Nos viro na cama, tomando o controle da situação.

— Eu vou falar só mais uma vez. Você está na minha casa e no meu quarto. Eu que mando aqui, Sadie. Você não tem poder nenhum.

— Eu vou te falar só uma vez. — aproxima nossos rostos, segurando minha blusa para me manter perto. — Eu estou pouco me fodendo para isso.

Deixo um beijo no canto da boca dela, e me direciono para a orelha, mordendo a cartilagem.

— Fala! — susurro.

— Que inferno, Millie! Me beija logo!

Ela puxa meu rosto para ela, e sem perder tempo, junto nossos lábios, sorrindo com ela ao nossas línguas se encontrarem.

Sentir o gosto do sorriso durante o beijo é uma das melhores sensações do mundo. E mais uma vez:

Nada se compara ao gosto do pecado do beijo de uma garota.
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espero que tenham gostado!
é o maior capítulo de Smile e definitivamente o último.
amo vocês 💜

Smile| JoahWhere stories live. Discover now