A Descoberta

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Tinham algumas horas que estava naquela sala ouvindo as palavras de Lula para se defender das acusações forjadas, por Moro e seu amante, Dallagnol.

Moro ouvia o depoimento do ex-presidente com inquietação, queria condená-lo logo, mas não poderia atropelar os processos para que não se fosse descoberta a farsa que se tinha sido forjada contra o ex-presidente. Moro começava a sentir-se tonto depois de quase quatro horas ali. Manter a concentração na fala do ex-presidente (o qual já teve uma paixão platônica no passado) se tornava difícil, principalmente quando por conta da tontura, seu estômago estava se revoltando. Não queria terminar a sessão, pois poderia atrasar mais o processo, o que atrapalharia nas eleições de 2018.

— O senhor tem algum problema, senhor juiz? – Lula perguntou a Moro. – O senhor está verde. Acho melhor alguém chamar um médico.

— Eu... Eu... – Nem terminou sua fala. Pegou uma lixeira que tinha ali perto e jogou tudo que tinha em seu estômago para fora.

Todos ficaram preocupados com o juiz, e chamaram um médico. Até mesmo Lula se preocupou com o crápula, pois Lula tinha um bom coração.

O médico atendeu o juiz inicialmente ali mesmo, na sala que Lula dava seu depoimento.

— Sua pressão está muito baixa, senhor juiz. Creio que esteja trabalhando demais. – Disse o médico.

— Eu preciso... Julgar Lula...

— Nada disso! – Falou o médico. – E para nos certificarmos de que o senhor teve apenas uma queda de pressão, vou pedir alguns exames.

Moro não disse nada em resposta. Sentia ódio por ter se sentido mal e que isso tenha impedido de terminar de pegar o depoimento do ex-presidente Lula.

Agora no consultório do médico, Moro ainda sentia-se enjoado, mas agora poderia suportar. Em seu celular uma mensagem de Dallagnol:

Dallagnol 18:37:42 - "Amor, soube que você passou mal. Como você está? Fiquei preocupado."

Moro sentiu-se mais enjoado com a mensagem do amante, então deixou o celular de lado, e ficou esperando o doutor voltar com seu exame.

Apoiou a cabeça em sua mão direita, e lhe veio as lembranças de sua última noite com Dallagnol. O mais novo por cima de Moro dizia:

"— Eu te amo."

Aquela noite fizeram troca-troca a noite toda. Moro não podia negar que Dallagnol era bom naquilo, melhor que seu conje, Aécio. Amava o tucano, mas o sexo com o procurador era muito melhor. Rezava para ninguém descobrir de seu caso com Deltan, prejudicaria o julgamento de Lula.

— Senhor Moro? – Chamou o médico pela segunda vez. – Está bem?

— Hã, errr... estou sim.

— Pensei que estava novamente enjoado, o que seria normal em seu estado.

— Meu estado? Como assim?

— O senhor está esperando um bebê.

— Não, acho que tem algo errado. – Moro não queria acreditar em sua "sorte".

— Está tudo certo, eu mesmo chequei. Claro que não é algo tão comum de se ter notícia, sempre nos pedem descrição, mas tem ocorrido muito.

— Como assim? Não deveria acontecer.

— Percebo que o senhor não sabe, então vou lhe explicar. Existem escritos que dizem que políticos corruptos podem engravidar. É até curioso estudar isso na faculdade. Mas não se preocupe, mantemos a total discrição.

Surpresas de um JulgamentoWhere stories live. Discover now