O MORTAL

O Bosque

Existe uma profecia, uma profecia feita a muito tempo pela própria Titã Gaia.

-Gaia: Um dia nascerá um mortal tão forte quanto Zeus, sábio como Atenas, e esperançoso igual Prometeu ao entregar a chama do Olimpo para os humanos poderem evoluir. A humanidade com seu desejo de mudança, vai gerar um único filho... um filho no qual desafiará todos os Deuses do Olimpo e trará a queda do panteão de Deuses gregos. E assim como Prometeu deu aos humanos a chama da sabedoria para os mortais se livrarem das amarras dos Deuses, esse mortal que nascerá trará consigo o desfecho do que a muito tempo se iniciou.
Gaia não errava nas profecias, ela profetizou a queda de Urano pelos seus filhos Titãs, liderado por Kronos. E ela profetizou a queda de Kronos pelos os seus filhos Deuses, liderado por Zeus. Agora ela profetiza a queda dos Deuses do Olimpo, liderada por um único humano, um mortal. Urano para evitar a profecia jogou os Titãs ao tártaro. Kronos para fugir do destino engoliu os seus filhos. Como Zeus vai impedir que essa criança nasça e tome o seu poder sobre o mundo? Infelizmente ou felizmente ele não pode fazer nada, além de esperar e lutar. Não tem como jogar todos os humanos ao tártaro, muito menos engoli-los.
Desde que essa profecia foi feita, muito tempo se passou, a criança da profecia já vive entre nós e anda pelas ruas sem saber do peso que cairá em suas costas. Com apenas 16 anos de idade, o nome dele é Jazeu, não consigo pensar que seja ironia ou talvez as irmãs do Destino querendo pregar alguma peça. Jazeu lembra o nome do Deus supremo, do próprio Zeus.
Jazeu não conhecia os seus pais biológicos, ele tinha sido encontrado em uma margem de um rio enquanto o seu pai Dário pescava. O grito do bebê ecoou pelo bosque e chamou a atenção de Dário, que tinha certeza de que quando se assentou na beira do rio, havia se certificado de que não tinha nada aos arredores, e nenhuma pessoa a quilômetros daquele lugar. Dário se aproximou lentamente, seguindo os soluços descompassados de uma pequena criatura. Com muita cautela um pé atrás do outro com bastante atenção, não queria cair na armadilha de algum sátiro, ou ser morto por algo muito pior. Entre os arbustos ele viu pela primeira vez o rosto daquele que estava predestinado a mudar toda a história do mundo. Um bebê humano, comum, choroso e magro.

-Dário: como você chegou aqui criança?

Indagou Dário, não vendo outra solução decidiu levá-lo consigo para casa, visto que já havia circulado por todo o bosque em busca de alguém que possa ser o responsável pela tal criança. Não queria que o destino dele fosse traçado ao deixar ali no meio da mata, já que a noite já estava caindo. Dário era esposo de uma mulher chamada Helena, ambos já eram casados a muito tempo e não conseguiam ter filhos. E como os dois já estão velhos, não tinha mais possibilidade de que Helena desse a luz a uma criança. Dário chegava a sua casa, já era noite e Helena o esperava, ao abrir a porta Helena se espanta ao ver a criança.

-Helena: Por Zeus! De onde surgiu esta criança, Dário?!

-Dário: Acredite se quiser mulher, mas esta criança não me pertence.
                                                      
-Helena: Mas entao, de onde ela veio? Como a encontrou?

-Dário: Eu estava pescando. E ao passar de uma margem para a outra, ouvi um choro, e quanto mais eu me aproximava em direçao ao som, fui percebendo que o choro se transformava em calmaria, e nesse momento, eu soube.

-Helena: Soube o que?

- Dário: Que eu precisava encontrá-lo.
Foi o destino!

- Helena: Esta bem, mas acho que você está exagerando! Isso foi apenas coincidência.
Então descanse e evite beber vinho, afinal, um bebê não agiria dessa forma. Mas também já não importa, o melhor é saber que você nos trouxe um bebê, um filho!

Helena não acreditava em nada, era sem fé em Deuses, talvez por isso nunca tenha conseguido engravidar. Sua falta de fé deixava Hera zangada, Hera zangada era infertilidade na certa. Dário e Helena acolheram a criança como um filho, um filho que jamais eles tiveram a oportunidade de ter. Deram o nome de Jazeu, uma mistura do herói semideus Jasão com Zeus, com certeza essa ideia de nome veio de Dário que era totalmente crente a tudo de mitológico que existirá.