- Em cheio! E capricha, por favor. - Natalie deu uma piscadela cômica.

- Como você quiser! - Disse ela, muito simpática. - Uma das meninas já vem atender vocês.

- E pro senhor? Algo em especial hoje? - Ela se inclinou um pouco demais deixando à mostra seu decote. Na hora saquei sua intenção. Na verdade, estava na cara. Recepcionistas não anotam pedidos.

- Um cheesecake de frutas vermelhas, por favor. - Disse tentando ser educado sem responder ao seu flerte. Ela fez como se anotasse mentalmente e passou as informações a uma garçonete.

- Olha aí, Sr. Collins, eu acho que ela está te dando mole, hein. - Disse Natie com malícia na voz.

- Não comece, Natie. Já disse que não precisa arranjar namoradas pra mim.

- Eu já me demiti desse emprego faz tempo, pai. Você não se interessa por ninguém. É impossível - Ela disse fazendo drama.

- É... realmente impossível.

Nossos pedidos chegaram e como sempre, estavam incríveis. Tentei convencer Natie a pedir algo diferente nas próximas vezes e ela resolveu que experimentaria todas as sobremesas do cardápio.

O dia foi muito leve. Eu não trocaria meus momentos com Natie por nada no mundo. Passeamos pela Orla, tiramos fotos, e até andamos nas bikes que ficavam livres para alugar. A noite já se aproximava quando voltamos para a frente da padaria. Entramos no carro e ela ligou o som. Passava alguma música pop que aparentemente ela ama. Cantou alto, quase gritando. Adorava vê-la feliz mesmo odiando aquela música.

Antes de seguirmos, a morena dos longos cabelos cacheados bateu no vidro no carro do lado de Natie.

- Boa noite! Vim pessoalmente entregar esse cupom de cortesia da casa. Na próxima vez que vierem é totalmente por nossa conta. - Disse ela entregando o cupom para Natie que a olhou com curiosidade e uma ponta de desconfiança.

- Aqui está o meu contato caso fiquem com dúvidas sobre algo - Ela disse com seus olhos penetrantes em mim me entregando um papel com seu telefone.

Olhei aquele papel em sua mão por um tempo sem querer aceitá-lo. Quando percebi que já estava ficando constrangedor eu o peguei e agradeci.

Liguei o carro e ela saiu da janela. Aproveitei pra seguir o caminho.

- Pai, você poderia ser mais simpático? Ela só estava te dando o telefone, não deitando na sua cama pelada! Desse jeito vai morrer sozinho.

- Natalie, eu exijo um pouco mais de respeito!

- Eu não disse nada demais. Todo mundo transa nesse mundo. - Ela disse num tom que não soube se estava brincando ou falando a verdade. Fiquei tentado a perguntar, mas perdi a coragem. Decidi que não era da minha conta.

- E eu não vou morrer sozinho. Eu tenho você! Se um dia você me deixar aí sim eu vou ficar sozinho, mas vou gastar muito menos sem ter que te levar pra comer.. - A provoquei e ela me deu um soquinho no braço fazendo cara de desdém.

Chegamos em casa e Natalie me abraçou.

- Obrigada pelo dia, pai. Foi muito legal! Nem acredito que amanhã já é segunda.

- Infelizmente ou felizmente esse final de semana tinha que acabar uma hora, não é?

- Por mim a gente tinha cinco dias de final de semana e dois úteis. - Ela disse com as mãos na cintura fingindo de durona. Eu ri e não pude deixar de concordar um pouco. Mesmo amando trabalhar as vezes me sentia sufocado.

- Tive uma ideia. Vamos assistir mais um pouco dessa sua séria chata, que tal? Temos umas duas horas até ficar bem tarde.

- Você é o melhor! Vou tomar um banho rápido e já desço. - Me abraçou e subiu pro quarto. Resolvi tomar um banho também.

Subi pro meu quarto, entrei no meu banheiro e comecei a tirar a roupa. Desabotoei as mangas, afrouxei a gravata me olhando no espelho. Enquanto desabotoava a camisa reparei pelo reflexo em um pedaço de pano preto caído no chão. Me virei e agachei para pegá-lo. Não pude acreditar.

Era a maldita calcinha minúscula que Livia usara no sábado. Que diabos ela estava fazendo aqui? Ninguém além de mim entra aqui, sempre fui muito rigoroso com isso. Suei frio admirando a calcinha que mal cabia nas minhas mãos.

Comecei a me perguntar se ela havia deixado aqui de propósito ou se teria sido uma mistura de roupas na lavanderia, se ela estava tentando me provocar ou se era coisa da minha cabeça. Pensei em quão louco eu estava ficando com aquela situação.

Quanto mais eu pensava menos chegava em uma conclusão, a excitação me impedia de raciocinar direito. Me vi consumido por um desejo arrebatador. Precisava me aliviar.

Lembrei de Livia, seus olhos inesquecíveis, sua bunda maravilhosa, seus cabelos, sua pele alva e macia. Cada curva que estava me deixando louco naqueles poucos dias. Senti uma necessidade imensa de tê-la, mas minha consciência me dizia que não. Há tempos eu não me sentia tão atraído por alguém. O ar me faltou quando eu não aguentei mais esperar.

Terminei de tirar a roupa e comecei a massagear meu pau já completamente duro. Comecei devagar lembrando dos detalhes de Livia. Percebi que cada coisinha nela me impressionava. Suas pintinhas, seu cheiro, seus cabelos, a forma de sorrir e de gargalhar, a forma de me olhar.

Quando comecei a fantasiar com ela, que era a mão dela e não a minha, meus movimentos aumentaram.

Sentia no fundo que isso era errado. Eu poderia estar confundindo tudo. Mas a pequena chance existente dela ter realmente deixado essa calcinha aqui, pra mim, dela ter me provocado, a pequena chance dela estar com tanto desejo em mim quanto eu estou nela me deixou louco.

Não demorei a gozar. Segurei a calcinha na outra mão com força e me joguei na cama. Puta merda.

Entrei num estado de êxtase, me senti como um homem preso num deserto a dias que finalmente bebe um copo de água. Aliviou a sede, mas não foi suficiente. Eu estou fodido.

Levei um susto com a Natalie me chamando e minha consciência retornou. Corei em vergonha pelo que fiz. Corri para o banho. Entrei no box e me enfiei debaixo d'água encostando a testa na parede. Eu acabei de gozar pensando na Livia?

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Não se apaixone por mimWhere stories live. Discover now