Capítulo 3

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Só preciso desabafar e dizer o quanto eu tô com pena de ter feito um livro tão pequeno. Tô muito apaixonadaaa! ♥

***

Edgar 

Acordo com o toque insistente da campainha. Esfrego o rosto e noto o homem ao meu lado, dormindo despreocupado. A minha cabeça lateja por causa da maldita ressaca, mas meu corpo cansado me alerta do quanto minha noite foi boa e bem agitada. O som irritante continua e eu levanto, resmungando por causa do barulho que afeta minha ressaca. Não que o álcool ajude em alguma coisa pós bebedeira, mas ao menos consegui dormir bem e esquecer por algumas horas.

Giro a chave para abrir já sabendo bem quem está do outro lado.

— Olha, Gabriel, sinto muito, mas... — Não é ele.

O nó na minha garganta reaparece e eu congelo no lugar. Não é o Gabriel querendo me dar lição de moral ou me criticar por eu tê-lo expulsado, mas pior ainda.

— Eu sabia que te encontraria aqui. Tão previsível, Edgar.

Eros. Que merda!

Sem esperar que eu o convide ou o interrompa, ele passa por mim e entra no apartamento, vendo as garrafas de bebidas dispostas em cima da mesa bagunçada. Seus olhos preocupados passam pelo cômodo e pairam sobre mim.

— Que merda você está fazendo? — Questiona.

— Vivendo, Eros. Assim como você.

Tento disfarçar meu nervosismo. Mas minha respiração está acelerada demais. Assim como os batimentos.

Meu irmão sempre foi preocupado demais, apesar de ultimamente eu ter tentado fazer tudo corretamente, ou pelo menos para que parecesse que eu estava indo bem. Não quero interferir na sua vida, nem na felicidade que ele está vivendo no momento.

— Não. Você está se afundando outra vez. — Suas palavras me fazem soltar uma risada.

— Não exagera, Eros.

— Ah, eu estou exagerando? — Ele ergue um dedo e aponta ao redor — Mantem esse lugar, as bebidas... tem alguém com você.

Fico na frente do meu irmão antes que ele aja por impulso.

— Espera um pouco. Você não pode simplesmente invadir meu apartamento e querer interferir na minha vida sexual. Eu estou bem, nada é como antes.

Para minha surpresa, ele segura meu rosto com ambas as mãos.

— Olheiras. Há dias venho notando isso. — Fala firmemente. — Ontem você estava péssimo e piorou depois. Não tente me enganar, não logo eu. A pessoa que mais conhece você.

Afasto-me e caminho até a janela em busca de um pouco de ar.

As lágrimas voltam a queimar meus olhos e meu corpo sente algo desabar por dentro aos poucos. Doendo, machucando, perfurando...

— Só preciso que abra o coração para mim. Sabe que estou aqui para fazer o que for preciso.

Ele apoia a mão sobre meu ombro e aperta em um gesto carinhoso, assim como ele fez anos atrás e eu recusei. Mas não 'posso fazer isso sempre. Não quando tudo que ele quer é me ajudar. Quando ele me ama verdadeiramente.

— Eu estava levando bem, apesar de ter sido rejeitado. — Consigo começar. — Mas ele tem alguém. Acho que vai ser difícil superar isso.

— Por que você continua tentando se machucar? Eu implorei para que parasse de buscar noticias sobre ele.

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