❈ eight ❈

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virginia brooke

Chego em casa depois de alguns minutos, estaciono o carro dos meus pais na garagem e entro com cautela pela porta dos fundos, torcendo mentalmente para que meus pais ainda estivessem dormindo.

Fecho a porta da cozinha bem devagar e quase dou um grito quando me deparo com meus pais e minha melhor amiga sentados à mesa.

Eles estavam tomando o café da manhã enquanto conversavam, aparentemente, bastante animados. Só se deram conta de que eu estava ali quando limpei minha garganta forçadamente.

— Bom dia, querida. — Minha mãe disse e eu a respondi com um sorriso. Ela afastou a cadeira que estava ao seu lado e pediu para que eu me sentasse.

Obedeci, antes, deixando as sacolas de compras em cima da bancada. Eles estavam tão distraídos que nem me perguntaram nada sobre as sacolas e nem onde eu estava tão cedo. Melhor assim.

Me sentei na cadeira entre meu pai e minha mãe, de frente para a morena de olhos azuis, que enchia sua boca de panquecas e suco de laranja.

"Para quem está de ressaca, ela parece estar muito bem", questionei a mim mesma.

— Então, hum, do que estavam conversando? — perguntei, como se não desse importância, passando a manteiga no pão.

— Ah! — Holly atropelou a fala dos meus pais. — Seus pais estavam me contando como as festas que fomos ontem era uma rotina para eles!

Deixo a faca com a manteiga cair sobre a mesa.

— Meu Deus, não exagere! — Rebeca disse, rindo envergonhada.

— Ela não contou nenhuma mentira, meu bem. — Joseph disse. — Inclusive, sua mãe e eu nos conhecemos em uma festa. — Se referiu a mim, como se eu já não tivesse a escutado centenas de vezes.

Mesmo que meus pais já tenham me contado essas histórias mil vezes, eu me custava a acreditar nelas.

Meu pai é policial militar, também já esteve na marinha. É um homem de feições marcadas e o olhar duro de um militar.

E, por mais que atualmente minha mãe seja enfermeira que cuida e trata de crianças, a mulher já teve o mesmo cargo no exército, auxiliando os médicos em ferimentos gravíssimos dos soldados.

Por mais que eles não sejam muito rígidos em casa e estejam sempre brincando um com o outro, é difícil imaginar a adolescência rebelde que eles insistem que viveram.

Meu pai acaba de encerrar a história de como conheceu minha mãe pela milésima vez quando lembro do que aconteceu mais cedo.

De repente, me determinei a saber do que os garotos estavam falando, do tal post e da tal amiga que estavam se referindo no supermercado.

Bom, como eu não tenho muitas amigas, não foi difícil deduzir que a garota a minha frente que estava se empanturrando de panquecas estava envolvida até o pescoço.

— Bom, e você, Holly? Você parecia meio mal hoje de manhã. Está melhor? — perguntei.

— Sim, seus pais fizeram um tônico para curar ressaca. Estou bem melhor. — Sorriu.

— Ainda sabemos algumas receitas. — Joseph acrescentou.

— Oh, claro. Imagino. Bom, o café está muito bom e a conversa, oh, nem se fala! Mas, precisamos subir porque ficamos de fazer uma coisa. — disse.

— O quê? — Matthews perguntou. Cutuquei sua perna disfarçadamente com meus pés e ela entendeu o recado rapidamente. — Ah, sim! Vamos lá.

Nos levantamos da mesa. Beijei a bochecha de minha mãe e logo, de meu pai, e puxei Holly pelo braço até o meu quarto.

— O que aconteceu? — perguntou quando fechei a porta do meu quarto.

— Ok. — disse. Ela se sentou na minha cama e eu fiquei de pé.

Contei a ela tudo o que aconteceu no supermercado enquanto andava de um lado para o outro. Ela ouviu tudo atentamente, sem argumentar uma palavra.

— ...E algo me diz, que você sabe o que aconteceu, na verdade, algo me diz que você não só sabe como também provocou toda essa loucura! — Passo as mãos pelos cabelos.

— Em parte você tem razão. — Deu de ombros. — Mas não imaginei que fosse fazer tanto sucesso assim! — Gargalhou.

Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, ouvi meu celular disparar de notificações. Como ele estava carregando em cima da escrivaninha, ele vibrou tanto que acabou caindo no chão.

O peguei, confusa e vi mais de duas mil mensagens. Duas mil mensagens de pessoas desconhecidas!

O desbloqueei com certa dificuldade — estava travando muito devido às mensagens que não paravam de chegar — e passei os olhos por algumas mensagens.

Caras me chamando para sair, para me beijar, dizendo que viram o post da minha amiga e estão interessados em mim e muitas outras coisas.

Arregalei os olhos quando vi algumas das fotos que me mandaram, e deixei o celular na escrivaninha novamente.

— Acho que merece uma explicação mesmo. — Matthews concluiu. — Virginia, Virginia... Quem mandou ser tão bonita assim e esperar um cara certo por tanto tempo?

ok, faz um mês que eu não atualizo e me desculpem por isso. também me desculpem pelo capítulo bem grandão, mas é que quando eu amo escrever uma história como amo escrever virgin mouth é assim mesmo.

obrigada pelos cinco mil! poxa, eu fico tão feliz quando alcançamos esses objetivos. gratidão!

all the love,
ess.

virgin mouth | old magconOnde as histórias ganham vida. Descobre agora