the prince • l.s. •

Capítulo 1

❝ [...] 𝙸'𝚖 𝚜𝚎𝚎𝚒𝚗𝚐 𝚢𝚘𝚞 𝚝𝚑𝚎𝚛𝚎
𝚆𝚒𝚝𝚑 𝚢𝚘𝚞𝚛 𝚑𝚊𝚗𝚍𝚜 𝚒𝚗 𝚝𝚑𝚎 𝚊𝚒𝚛
𝚆𝚊𝚒𝚝𝚒𝚗𝚐 𝚝𝚘 𝚏𝚒𝚗𝚊𝚕𝚕𝚢 𝚋𝚎 𝚌𝚊𝚞𝚐𝚑𝚝.
[...] ❞

- 𝙴𝚕𝚕𝚒𝚘𝚝 𝚂𝚖𝚒𝚝𝚑,
𝙱𝚎𝚝𝚠𝚎𝚎𝚗 𝚝𝚑𝚎 𝙱𝚊𝚛𝚜

Louis P.O.V.

Alguns dos melhores escritos em Nova Iorque não serão encontrados em livros, filmes ou peças de teatro, mas sim nos bancos do Central Park. Alguns deles como prova de que um amor pode sim durar uma vida inteira, que continuam apaixonados e trabalhando para que estejam fazendo o outro feliz, genuinamente.

Às vezes, aquelas póstumas, as mensagens para aqueles que não mais pertencem a esse mundo, jovens promissores, ou velhos amargurados - ou, na pior das hipóteses, frustrados com o tanto de sofrimento silencioso que experiênciaram na vida. Claro, tinham umas engraçadas, que te fazem dar um sorriso de nostalgia, carregado de história, mesmo que você não tenha vivido o que está sendo contado ali, naquele pequeno espaço.

Uma em específico me fazia pensar, não havia dedicatória, nem um pingo de sinal de assinatura ou formas de dizer que alguém especial e importante esteve ali. Uma maneira tão bela e simplória de declaração, um escritor profissional, talvez - ou alguém muito, muito, apaixonado.

"Eu irei carregar seu coração com mais ternura do que o meu próprio."

Me fazia ter ideias para uma nova história, lembro de tomar nota, para não esquecer, me perguntando o quão puro e forte era, ou é, esse amor, que o faz prometer algo assim, nunca pensado por mim que poderiam ser ditos com palavras tão suaves, porém firmes e confiantes, que faziam até um desconhecido acreditar fielmente nelas, sentindo que essa pessoa está em boas mãos e segura.

Eu guardo muitas dessas histórias, pois elas me inspiram, e eu penso bastante sobre esses detalhes íntimos, por trás de um simples bilhete, por exemplo, sobre os detalhes de tudo, na verdade, e depois em como isso fica como um quebra cabeça perfeitamente montado, quando olhado de cima, coisa que eu acho que a maioria dos corpos sem cabeça dessa cidade não fazem.

Pensar.

Não tão detalhadamente como a mente de um aspirante a escritor meio maluco e frustrado. Somente o ato de parar e reagir a algo, refletir, processar, questionar, pesquisar. Se interessar verdadeiramente, a coisa toda de não se deixar ser manipulado e ter seu cérebro invadido e de repente recebendo uma completa lavagem cerebral pelo governo, pela mídia em boa parte, eles fazem um bom trabalho, tenho de admitir.

Eu entro em outro mundo quando começo a explicar as coisas que me fascinam, e sei que deve estar muito confuso, mas se você ler as placas dos bancos, você entenderá, que coisas enormes acontecem com todos, e podem ser observadas e, futuramente, contadas em algum livro, para serem apreciadas, para inspirarem um alguém com sua vida pessoal ou trabalho, para motivarem a seguir em frente com algo que sempre quiseram fazer, presenteando quem lê, e quem escreve também, com meras palavras poderosas.

Porém, desconstruindo todo esse mar degradê de talentos, um dos piores escritos de Nova Iorque pode ser encontrado na Rua 30, número 222, apartamento 3C, na qual as paredes estão decoradas com cartas de rejeição de revistas e editoras, localizadas em doze países, quarenta e sete estados e o Distrito de Columbia.

Quando eu penso sobre aquelas histórias e como não percebi o que desperdicei nelas, o que estava faltando para estarem perfeitas, nem mesmo algumas lágrimas, muito menos rios e mais rios de vergonha, saem de meus olhos. Eu simplesmente continuava escrevendo esperando que elas não caíssem sem minha autorização, e escorressem dramaticamente pelo meu rosto, enquanto mais uma tecla estava prestes a ser clicada pelos meus dedinhos ágeis e rotineiros. Mas eu sou forte e extremamente controlado, qualidades de quem mora sozinho e precisa aprender a passar por certos tipos de situação, ou era o que eu achava, no entanto. E não, eu não estava interessado em amigos ou namorados, estava bem daquela forma, estabilizado na maneira do possível e feliz com minha própria companhia e rotina, tudo o que eu fazia era escrever, ler e resmungar para mim mesmo. Na verdade, isso é algum tipo de transtorno mental, tenho certeza.