Por favor, não diga que me ama. aL

CAPÍTULO 1

Eu gostaria de tentar descobrir se nesse mundo existe som mais irritante do que o do despertador! Parece que esse maldito toca sempre nas piores horas – Pensou ela enquanto a música se tornava mais alta.

Estudar de manhã era minha tortura eterna. Quando terminei o ensino médio até tentei convencer meus pais de que o ensino seria melhor a noite – ainda mais em uma faculdade de letras. Porém não adiantou.

O dia estava começando a aflorar quando decidi levantar da cama, colocar um vestidinho, uma bota e minha inseparável jaqueta de couro. Aquele era o primeiro dia, dos outros cinco anos que sucediam a sua licenciatura e a aproximava a cada momento do seu grande sonho.

A faculdade era próxima de casa, as pessoas pareciam diferentes e finalmente ela havia saído do interior para uma cidade que pudesse suportar o peso de sua criatividade.

O campus suportava vários prédios de arquitetura antiga com um quê moderno com seus jardins e gramas muito bem cortadas que pareciam sair de um filme bobo de romance americano. Apesar de incrível, era totalmente impossível que alguém se encontrasse fácil no meio de tantos blocos, cursos e portas diferentes. Eu já não tinha lá um dos melhores sensos de direção, talvez por isso tenha sofrido tanto na auto-escola tentando pensar rápido nas ordens dadas pelo instrutor. Fala sério, tinha que avisar tão perto da esquina que a curva era pra direita?

Quando ouvi uma voz alta e estridente gritar o meu nome, fui puxada para o mundo real

– ALICIA!!!! Você por aqui? Jurava que iria fazer aquela faculdade sobre livros lá no interior mesmo. – Falou Letícia com aquela ironia e maldade que só ela mesma conseguia destilar em uma frase tão curta.

- Letícia! – Consegui dizer, colando o sorriso mais convincente que encontrei no meio da raiva que sentia – Estou estudando Letras aqui, consegui uma bolsa aqui na universidade.

-Ah, incrível. Eu achei que as pessoas só dessem bolsas para faculdades relevantes – ela deu uma pausa e me olhou de cima a baixo e em seguida olhou para o relógio e se assustou – Estou atrasada! Foi bom te ver.

-Meu curso é relevan – eu tentei dizer mas ela já estava longe demais para escutar. Eu também estava atrasada, mas não fazia a menor idéia de onde deveria ir, de quais direções seguir pra chegar até minha sala. Comecei a correr até a sala da coordenação (a qual possuía uma placa indicando a direção) com a esperança de encontrar a orientação por lá.

Mas não foi bem assim, no meu quinto passo largo, tropecei em meus próprios pés e derrubei tudo que tinha em minha bolsa.

Belo jeito de começar ein?!