Capítulo Sete Floresta de Cristal

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Mais a frente eles viram a grande entrada da Floresta de Cristal. Uma imensa porta de cristal toda detalhada de pedras preciosas. A porta estava trancada com uma imensa corrente e um gigantesco cadeado. A porta só seria aberta se eles respondessem a pergunta. E assim, como apenas um desejo seria feito a cada cem anos, apenas uma resposta também podia ser dita a cada cem anos.

- Primeiro eu - disse a vaca. - Sou preferencial, pois meu bebê está pra nascer.

- Você veio porque quis! - falou a boneca de cera, com a boca torta.

- E você está quase derretida - contrapôs a vaca.

O dragão também não quis ficar por baixo.

- Eu também sou preferencial, estou com deficiência no meu jato, em vez de fogo sai água e isso não é legal. Onde fica minha masculinidade?

Maine achou ridículo aquilo que o dragão falou e disse:

- Que absurdo. Todos nós estamos com problemas e precisamos com urgência encontrar a Fada, mas se ficarmos aqui, nessa lenga, lenga, nunca vamos responder a pergunta e entrar na Floresta.

- A Fada só vai realizar um desejo, você não sabe disso? - perguntou o leão triste, para Maine.

- Meu amor, a princesa tem uma ideia - falou o gato, apontando para a princesa.

- Esse barril - disse a vaca.

- Olha quem fala - sussurrou Carrapicho.

- E você não se enxerga? - perguntou Annohla para a vaca.

Ursa Lina estava tentando quebrar as correntes.

- Acho melhor alguém responder essa pergunta - disse ela rindo.

Eles brigaram por uma hora até decidirem fazer uma votação.

- Eu voto na princesa! - disse Maine.

- Eu também - ringiu Carrapicho, alegre.

- Eu... Eu voto na Annohla - baliu Lina.

Os outros se olharam.

- Eu voto na Ursa! - zurrou a boneca de cera.

Ursa Lina quase morre de felicidade.

- Ai que prazer, eu vou ganhar, eu vou ganhar - engrolou ela.

- Eu voto na ursa também - ofegou o cachorro dançarino, fazendo uma coreografia esquisita.

- Eu não gostei muito mooo... dessa gordinha, vou votar na ursa mooo... também - falou a vaca, dando uma rabanada no ar.

Annohla piscou.

- Eu gostei da gordinha, mas vou votar na ursa; a achei mais inteligente - disse o leão triste.

Ursa Lina quase desmaia nos braços do leão.

- Acho que estou pronta para casar - falou a ursa louquinha.

- Quem sabe, minha cheirosa - rosnou o leão, quase beijando Ursa Lina.

Maine colocou a mão no nariz.

- Os dois deram certo - disse ele, com náuseas.

O dragão espirrou água em todos.

- Desculpa! - pediu ele, assuando o nariz. - Quando fico indeciso eu tenho crise de espirros.

Os amigos se limparam.

- Eu vou votar na gordinha! - disse o dragão.

- Meu nome é Annohla - falou a princesa.

Os sete anões gigantes fizeram uma roda para decidir em quem votar. Depois de uma conversa bem louca, eles decidiram.

- Vamos votar na ursa - e apontaram para Annohla.

- Eu ganhei, eu ganhei! - gritava Ursa Lina.

- Não, meu amor, foi a outra ursa - falou um dos anões gigantes.

Ursa Lina quis chorar, mas não saiu nem uma lágrima.

- Eu nunca ganhei nada, nem nas raspadinhas - disse ela, batendo a cabeça no cadeado.

- Essa eu quero ver - disse uma cobra em um galho para uma rã. - Eles vão já ficar tristes e chorar, já faz quase dois mil e catorze anos que estou aqui e ninguém nunca acertou essa pergunta. Se eu soubesse, iria pedir para voltar para o paraíso das cobras; acho que estou ficando doida aqui.

- Amiga, é assim mesmo, depois piora. Eu já fui um príncipe encantado, tenho vontade de encontrar essa Fada, ou mulher famosa. Já sonhei com ela me beijando e quebrando o encanto,foi tão digno - disse a rã.

- Vamos acordar pra Jesus minha filha, esses contos de fadas não existem - falou a cobra.

Annohla fez uma roda e discutiu sobre a resposta com os amigos, assim, chegaram a uma decisão.

- Vamos cruzar os dedos - disse o dragão cuspindo um jato de água em direção à cobra e à rã que voaram a quilômetros de distância.

- Não quero nem olhar - falou Maine, nervoso.

- Santa Maria mooo... Gorete - berrou a vaca.

- Estou meio zonza - recitou a boneca, quando metade da cabeça dela caiu para um lado.

Annohla chegou perto da pedra onde havia a frase e falou, tremendo:

- A ÁGUA FOI PRESA PORQUE MATOU A SEDE!

Houve uma grande ventania e o cadeado se abriu. As correntes foram deslizando e depois a porta se abriu, revelando um portal mágico.

- Cada um por si! - gritou a vaca grávida, saindo com força total.

- Me espera! - berrou a boneca de cera, quase desmoronando.

Todos correram para o portal, mas era como se tivesse um vidro e todos bateram com força e nenhum conseguiu entrar, a não ser Annohla.

- Eu vou perder meu bebê! - exclamou a vaca, segurando a barriga com força.

- Eu queria cuspir fogo - falou o dragão, triste.

- Vamos voltar para casa - chamou os sete anões gigantes, se transformando em gigantescas criaturas. - Vamos nos contentar em ficar assim a vida toda.

- Pelo menos eu encontrei minha amada - falou o leão triste, dando uma bitoca em Ursa Lina.

- Que romântico! - resmungou Carrapicho, colocando o braço no lugar.

Annohla foi passando em uma espécie de dimensão, aquele lugar era cheio de luzes, de brilho e de magia. Em algumas cenas apareciam castelos, fadas e animais. Um lugar cheio de encanto e de alegria. A princesa olhou para trás procurando os amigos, mas nada viu. Tentou chamar, no entanto, a voz não saia. De repente, ela viu um brilho se aproximando e ele explodiu em um milhão de faíscas. Annohla fechou os olhos e quando abriu viu um lugar lindo e brilhante, cheio de felicidade e todas as criaturas eram lindas, ali não existia brigas ou tristeza. Muitas borboletas e pássaros de cristal voaram até ela, lindos animais se enroscavam em seus pés. Um vento delicioso soprava entre as lindas árvores de cristal. De repente, Annohla escutou uma linda voz chamando-a e os animais saíram correndo em direção àquela voz perfeita, ela também foi.

Ma�G��Cm

Princesa AnnohlaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora