CAPÍTULO DEZ

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Seu futuro é incerto, ela me disse. Seu coração ainda vai dar muitas voltas. Eu vejo um homem no seu futuro. Ele vai te trazer tristezas. O amor vem e vai. O amor é confuso na sua cabeça, minha criança...

O que ela quis dizer com isso, eu não sei. Mas agora ela está aqui na minha frente outra vez.

— Eu lembro de você — falei, meus olhos fixados na mulher a minha frente.

Ela apenas sorriu.

— Escute, uma vez você leu minha mão. Me falou sobre como amor é confuso na minha vida. Mas também falou algo sobre "o sol do amanhã" — faço aspas com os dedos. — O que quis dizer com isso?

A urgência em minha voz soou bem nítida aos meus ouvidos, e por um instante até esqueci que Caroline estava ao meu lado.

— O sol do amanhã trará paz em sua vida, minha criança — ela falou.

— Você acredita mesmo nisso daí, Belinha? — Caroline interrompeu.

— Fique quieta, Caroline — aviso sem olhar para ela. — Continue, senhora.

— Me dê sua mão — ela pede e eu cedo. — Sua vida passará por mudanças, menina. — Ela disse com uma expressão séria no rosto, e nesse momento eu já nem piscava de tanta curiosidade. — Você vai precisar perder algo para poder se encontrar.

— Ah, deixe de falar besteiras. — Caroline ralhou. — Vamos, Isabella.

— Espere, menina — agora a mulher falava com Caroline. — A urgência de acertar as contas do passado pode trazer consequências desastrosas em sua vida. Cuidado.

— Não acredito nessas coisas — disse Caroline. — Vamos, Isabella.

— Um instante — falei. — O que tudo isso quer dizer, senhora?

— Cabe a você mesma descobrir.

E então com um sorrisinho sem graça dirigido a mulher a minha frente, vou com Caroline.

★★★

A tarântula de saia, não combinaria tanto assim andando com você, Isabella. Sim, isso é o que Kim diria. Tenho certeza.

E como se isso já não bastasse, Caroline passou a vir me visitar. E eu não havia contado nada para Kim, nadinha sobre isso. Embora Caroline e eu tivéssemos nos dado bem nos últimos dias, ela ainda é digna da minha desconfiança. E chamo isso de costume, graças aos anos que passei com ela no meu pé nos corredores da Northwestern. 

E tudo isso no máximo é estranho demais pro meu gosto.

E sim, eu ainda estava com o pé atrás em relação à Caroline. Por isso não havia contado nada a Kim.

— Para de ser careta, Belinha — dizia Caroline, sentada no meu sofá. — Estou te fazendo um favor, sabia?

— Ah,  não. Não quero sair hoje, Caroline. 

— Por que, não? — ela ralhou, curvando o corpo em minha direção. — Se não fosse por mim e Dylan, você ficaria mofando no seu quarto, lendo aqueles seus livrinhos sem graça. 

Reviro os olhos mentalmente para ela. 

Ouço alguém tocar a campainha e levanto-me para atender. 

— Espere um pouco, Caroline. 

Então abro a porta e fico pasma, meu queixo caí no mesmo instante. 

Kim. 

Sinto alguém tocar meu ombro e viro o pescoço depressa. 

— Olá, Kimberly. —  É Caroline, que aparece atrás de mim. 

Vaca, mil vezes vaca! 

— Vim participar da conversa de vocês. Como vai, Belinha? — Kim debocha, pronunciando aquele apelido ridículo. 

Ela estava chateada. 

E a culpa era toda minha, e dá tarântula de saia. 

Mas eu estava meio em choque para pronunciar qualquer palavra. 

Caroline foi embora naquele instante. E eu adoraria dizer que depois daquilo Kim e eu sentamos no banco de madeira na varanda e conversamos normalmente. 

Pode vim, Kim. Mereço ouvir tudo o que você tem a dizer.

— Eu não acredito que vivi pra ver isso, Izza. — Kim estava com uma expressão nada legal no rosto. — Por quê não me contou que estava de conversinha com a tarântula de saia?

— Kim, é só uma conversa normal. — Eu disse.— Dá um desconto vai. A Caroline está mudando, se você desse uma chance de ao menos conversar com ela...

— Eu? — Kim meio que riu da minha cara. — Não vou com a cara dela, Izza. Agora fiquei de queixo caído com você, pode me explicar o que tá acontecendo?

— Bem, Caroline é prima do Dylan. E eu só queria me dar bem com a família dele, já que estamos namorando.

Hmmm. Devia ter me contado pelo menos — ela disse. — Izza, eu entendo que você tá com o Dylan. E embora eu ainda continue achando que te empurrei para aquele babaca-pedaço-de-mal-caminho, ele ser primo da Caroline, muda muita coisa sabia?

— Tipo, o quê?

— Caroline nunca foi uma pessoa confiável.

— As pessoas mudam, Kim.— Eu disse. — Ela até quer ser sua amiga, sabia?

— Amizades como a dela eu dispenso, Belinha.

— Kim, pare de me chamar de Belinha, okay?

— Tudo bem, tudo bem. Só tome cuidado, está bem. Você é minha melhor amiga, e não quero que nada de ruim te aconteça, por andar com essa daí.

Então nós nos abraçávamos e Kim voltava para sua casa.

Mas, não. O fato é que Kim estava muito chateada comigo e meu subconsciente acaba de jogar um balde de água fria na minha cara.

A realidade foi bem mais cruel do que eu havia imaginado.

Minha melhor amiga me deu as costas pela primeira vez, me deixando completamente sem reação e com uma sensação ruim no peito. E por mais que eu queira dizer algo, minha voz teima em não sair.

 E por mais que eu queira dizer algo, minha voz teima em não sair

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Obrigada por terem lido
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