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Quem disse que o que está ruim não pode piorar? Não tenham o coração tão peludo hein. Beijos.

Victoriano deixou que toda sua raiva fosse despejava deles, olhou Benigno no chão e ainda o acertou com uma sequência de seis socos quase o deixando desacordado.

— Isso é pela Inês! — cuspiu na cara dele e o socou mais duas vezes na costela. — E isso é pela facada que me deu, seu maldito.

Victoriano levantou como se nada tivesse acontecido e seguiu o caminho que fazia há alguns minutos, todos que presenciaram a cena estavam de boca aberta, mas nada falaram para ele e sim foram socorrer Benigno que gemia no chão. Victoriano estava tão transtornado que chutava o ar, sua mão estava dolorida, machucada por socar a cara dos três imbecis, respirou fundo para ver se controlava sua raiva e foi para seu carro, era melhor ir para casa.

Quando chegou na fazenda, foi direto ao bar e pegou duas garrafas de cachaça, afogaria todos sentimentos na bebida, saiu novamente para o lado de fora, sentou no chão e começou a secar o litro. A bebida sem duvida nenhuma era ruim, mas nada mais era tão ruim do que saber que a mulher por quem estava apaixonado esperava um filho de outro, um desgraçado que o único que fez foi usá-la para lhe atingir e doía mais ainda saber que Inês tinha caído nas garras dele por pura vontade.

No meio da primeira garrafa, ele já estava chorando enquanto questionava o que havia feito de errado para ser apenas o melhor amigo, talvez se tivesse sido um babaca pudesse receber seus olhares, poderia mergulhas nas curvas do corpo de Inês e provar o sabor de ter a mulher que amava pelo menos algumas vezes, mas não era assim e ela havia preferido um completo babaca. Victoriano se sentia um idiota por ter escondido seus sentimentos, talvez agora pudessem estar juntos, seguir com os planos de uma vida lado a lado e até mesmo ser presenteado com o titulo de pai.

Lamentava-se tanto por não ser um babaca.

— Talvez assim eu pudesse receber algumas migalhas. — falou para si mesmo e bebeu mais um gole já não sentindo o amargo da bebida.

— Bebendo sem mim? — Ronaldo falou ao se aproximar, tinha sido obrigado a estar ali por sua esposa.

Victoriano o olhou, bebeu mais um grande gole da garrafa, o viu sentar ao seu lado, não queria companhia, mas também não era como se pudesse mandá-lo embora.

— Eu não quero papo. — Victoriano comunicou e bebeu o último gole da garrafa. — Pode dizer à mamãe que eu tô ótimo. — pegou a outra garrafa e Ronaldo a segurou.

— Quer me contar o que ouve? — o olhou nos olhos. — Estava chorando? — odiava ver o filho daquele modo.

— Homens choram sabia? — foi grosso arrancando a garrafa dele. — É mais macho sentir assim. — bebeu.

— Ótimo! — falou bufando e ao mesmo tempo tentando se controlar. — Então pelo menos divide comigo já que sua mãe me obrigou a vir aqui ver essa cena. — foi verdadeiro.

Victoriano entregou a garrafa para ele e sorriu amargo.

— Deveria ir fazer coisas melhores. — quase caiu para trás. — Bem melhores.

Ronaldo o olhou preocupado, mas o que o preocupou mesmo foi o sangue em sua mão, colocou a garrafa do outro lado para que Victoriano não a alcançasse e o fez olhá-lo.

— De quem é esse sangue? — perguntou sem rodeios.

Victoriano olhou para a mão, já começava a ver tudo dobrado, mas sorriu aliviado por ter socado mais uma vez a cara de Benigno e companhia.

— Eu soquei a cara daquele filho da puta. — olhou o pai. — Soquei e vou socar todas as vezes que eu o ver na rua. — era uma promessa.

— Meu filho, você está me deixando preocupado. — respirou fundo e passou a mão no cabelo. — Nós últimos dias tenho tentado ser compreensivo e não fazer perguntas, mas olha como está violento. Em quem bateu?

POR VOCÊ - IyVOnde histórias criam vida. Descubra agora